sexta-feira, 10 de julho de 2015

As imagens mais chocantes de todos os tempos(RAFAEL SOUZA)

As imagens mais chocantes de todos os tempos...
É o fim mesmo, vai ter muita morte.
A profecia de Pirravicini: "O Cataclismo!
O Papa que viaja para a América
Parravicini também fez uma psicografia intitulada “Cataclismo”, relacionada a um Papa que viaja para a América, conforme a imagem central na figura acima.

Literalmente: “O papado entra novas normas. O mal de ontem deixará de sê-lo. A missa será protestante sem ser e os protestantes serão católicos sem serem. O Papa se afastará do Vaticano em viagens e chegará à América, enquanto a humanidade cairá.”
Este texto está associado a diferentes épocas, a dos dois Papas anteriores e a diversos conflitos, embora o cataclismo real, como indicado no desenho, ainda permaneça um enigma, que só ocorrerá de fato quando um Papa cruzar o mar até a América. "

Inaceitável a heresia, o desrespeito, a provocação por parte do ditador Morales, numa atitude totalmente rude e fora do protocolo, comparável a presentear o primeiro-ministro israelense com uma suástica.
Mas fica o registro aos IDIOTAS que insistem em afirmar que o comunismo acabou e não ameaça a América Latina.
“O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino
fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam
pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu Reino não é deste mundo.” (João 18, 36).
VAMOS LEMBRAR O SEGUINTE...
"Ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista". - Papa Pio XI ( 1922-1939 ) Encíclica Quadragésimo anno (15-maio-1931 ).
"Não ajudar o socialismo. Tomai ademais sumo cuidado para que os filhos da Igreja Católica não dêem seu nome nem façam favor nenhum a essa detestável seita". - Papa Leão XIII (1819-1878 ) - Enciclica Quod Apostolici Muneris, nº 34
Congregação do Santo Ofício, 1949 - “É permitido aderir ao partido comunista ou favorecê-lo de alguma maneira? NÃO. O comunismo é de fato materialista e anticristão; embora declarem às vezes em palavras que não atacam a religião, os comunistas demonstram de fato, quer pela doutrina, quer pelas ações, que são hostis a Deus, à verdadeira religião e à Igreja de Cristo [...] Fiéis cristãos que professam a doutrina materialista e anticristã do comunismo, e sobretudo os que as defendem e propagam, incorrem pelo próprio fato, como apóstatas da fé católica, na excomunhão reservada de modo especial à Sé Apostólica? Sim.”
O Decreto contra o comunismo é um documento da Igreja Católica de 1949, ordenado pelo Papa Pio XII que excomunga todos católicos que colaboram com organizações comunistas e afins.
O decreto foi confirmado em 1959 pelo Papa João XXIII quando foi anunciado que Fidel Castro foi excomungado por liderar a revolução comunista em Cuba.
Tal condenação do comunismo se soma a outras condenações feitas por Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Pio XI, Pio XII (que condenou em outras oportunidades), João XXIII, Paulo VI e João Paulo II.
Tem sido mais de 100 anos que a Igreja Católica condena o comunismo, socialismo e qualquer tipo de materialismo e do igualitarismo material. A pena para quem desobedecer a proibição de ajudar o comunismo (ou suas variantes) sob qualquer aspecto (incluindo a votação dos partidos filo-comunistas) é a excomunhão automática.
[Se os cristãos declaram abertamente a doutrina materialista e anticristã dos comunistas, e, principalmente, se defender ou promumulgate ela, “ipso facto”, eles incorrem em excomunhão (“speciali MoDo”) reservada à Sé Apostólica?]

O Manifesto Comunista da Pátria Grande Latino-americana?

Nunca pensávamos ter de publicar um discurso como este, proveniente da boca de um Papa. Rezemos, o momento é gravíssimo e outubro se aproxima.
Versão integral do discurso do Papa Francisco aos Movimentos Populares reunidos na Bolívia.
(Bolívia, Santa Cruz – Expo Feira, 9 de Julho de 2015)
Boa tarde a todos!
Há alguns meses, reunimo-nos em Roma e não esqueço aquele nosso primeiro encontro. Durante este tempo, trouxe-vos no meu coração e nas minhas orações. Alegra-me vê-vos de novo aqui, debatendo os melhores caminhos para superar as graves situações de injustiça que padecem os excluídos em todo o mundo. Obrigado Senhor Presidente Evo Morales, por sustentar tão decididamente este Encontro.
Então, em Roma, senti algo muito belo: fraternidade, paixão, entrega, sede de justiça. Hoje, em Santa Cruz de la Sierra, volto a sentir o mesmo. Obrigado! Soube também, pelo Pontifício Conselho «Justiça e Paz» presidido pelo Cardeal Turkson, que são muitos na Igreja aqueles que se sentem mais próximos dos movimentos populares. Muito me alegro por isso! Ver a Igreja com as portas abertas a todos vós, que se envolve, acompanha e consegue sistematizar em cada diocese, em cada comissão «Justiça e Paz», uma colaboração real, permanente e comprometida com os movimentos populares. Convido-vos a todos, bispos, sacerdotes e leigos, juntamente com as organizações sociais das periferias urbanas e rurais a aprofundar este encontro.
Deus permitiu que nos voltássemos a ver hoje. A Bíblia lembra-nos que Deus escuta o clamor do seu povo e também eu quero voltar a unir a minha voz à vossa: terra, tecto e trabalho para todos os nossos irmãos e irmãs. Disse-o e repito: são direitos sagrados. Vale a pena, vale a pena lutar por eles. Que o clamor dos excluídos seja escutado na América Latina e em toda a terra.
1.            Comecemos por reconhecer que precisamos duma mudança. Quero esclarecer, para que não haja mal-entendidos, que falo dos problemas comuns de todos os latino-americanos e, em geral, de toda a humanidade. Problemas, que têm uma matriz global e que actualmente nenhum Estado pode resolver por si mesmo. Feito este esclarecimento, proponho que nos coloquemos estas perguntas:
– Reconhecemos nós que as coisas não andam bem num mundo onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem tecto, tantos trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas na sua dignidade?
– Reconhecemos nós que as coisas não andam bem, quando explodem tantas guerras sem sentido e a violência fratricida se apodera até dos nossos bairros? Reconhecemos nós que as coisas não andam bem, quando o solo, a água, o ar e todos os seres da criação estão sob ameaça constante?
Então digamo-lo sem medo: Precisamos e queremos uma mudança.
Nas vossas cartas e nos nossos encontros, relataram-me as múltiplas exclusões e injustiças que sofrem em cada actividade laboral, em cada bairro, em cada território. São tantas e tão variadas como muitas e diferentes são as formas próprias de as enfrentar. Mas há um elo invisível que une cada uma destas exclusões: conseguimos nós reconhecê-lo? É que não se trata de questões isoladas. Pergunto-me se somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global. Reconhecemos nós que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza?
Se é assim – insisto – digamo-lo sem medo: Queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos…. E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco.
Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença.
Hoje quero reflectir convosco sobre a mudança que queremos e precisamos. Como sabem, recentemente escrevi sobre os problemas da mudança climática. Mas, desta vez, quero falar duma mudança noutro sentido. Uma mudança positiva, uma mudança que nos faça bem, uma mudança – poderíamos dizer – redentora. Porque é dela que precisamos. Sei que buscais uma mudança e não apenas vós: nos diferentes encontros, nas várias viagens, verifiquei que há uma expectativa, uma busca forte, um anseio de mudança em todos os povos do mundo. Mesmo dentro da minoria cada vez mais reduzida que pensa sair beneficiada deste sistema, reina a insatisfação e sobretudo a tristeza. Muitos esperam uma mudança que os liberte desta tristeza individualista que escraviza.
O tempo, irmãos e irmãs, o tempo parece exaurir-se; já não nos contentamos com lutar entre nós, mas chegamos até a assanhar-nos contra a nossa casa. Hoje, a comunidade científica aceita aquilo que os pobres já há muito denunciam: estão a produzir-se danos talvez irreversíveis no ecossistema. Está-se a castigar a terra, os povos e as pessoas de forma quase selvagem. E por trás de tanto sofrimento, tanta morte e destruição, sente-se o cheiro daquilo que Basílio de Cesareia chamava «o esterco do diabo»: reina a ambição desenfreada de dinheiro. O serviço ao bem comum fica em segundo plano. Quando o capital se torna um ídolo e dirige as opções dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina todo o sistema socioecónomico, arruína a sociedade, condena o homem, transforma-o em escravo, destrói a fraternidade inter-humana, faz lutar povo contra povo e até, como vemos, põe em risco esta nossa casa comum.
Não quero alongar-me na descrição dos efeitos malignos desta ditadura subtil: vós conhecei-los! Mas também não basta assinalar as causas estruturais do drama social e ambiental contemporâneo. Sofremos de um certo excesso de diagnóstico, que às vezes nos leva a um pessimismo charlatão ou a rejubilar com o negativo. Ao ver a crónica negra de cada dia, pensamos que não haja nada que se possa fazer para além de cuidar de nós mesmos e do pequeno círculo da família e dos amigos.
Que posso fazer eu, recolhedor de papelão, catador de lixo, limpador, reciclador, frente a tantos problemas, se mal ganho para comer? Que posso fazer eu, artesão, vendedor ambulante, carregador, trabalhador irregular, se não tenho sequer direitos laborais? Que posso fazer eu, camponesa, indígena, pescador que dificilmente consigo resistir à propagação das grandes corporações? Que posso fazer eu, a partir da minha comunidade, do meu barraco, da minha povoação, da minha favela, quando sou diariamente discriminado e marginalizado? Que pode fazer aquele estudante, aquele jovem, aquele militante, aquele missionário que atravessa as favelas e os paradeiros com o coração cheio de sonhos, mas quase sem nenhuma solução para os meus problemas? Muito! Podem fazer muito. Vós, os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos, podeis e fazeis muito. Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca diária dos “3 T” (trabalho, tecto, terra), e também na vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem!
2.            Vós sois semeadores de mudança. Aqui, na Bolívia, ouvi uma frase de que gosto muito: «processo de mudança». A mudança concebida, não como algo que um dia chegará porque se impôs esta ou aquela opção política ou porque se estabeleceu esta ou aquela estrutura social. Sabemos, amargamente, que uma mudança de estruturas, que não seja acompanhada por uma conversão sincera das atitudes e do coração, acaba a longo ou curto prazo por burocratizar-se, corromper-se e sucumbir. Por isso gosto tanto da imagem do processo, onde a paixão por semear, por regar serenamente o que outros verão florescer, substitui a ansiedade de ocupar todos os espaços de poder disponíveis e de ver resultados imediatos. Cada um de nós é apenas uma parte de um todo complexo e diversificado interagindo no tempo: povos que lutam por uma afirmação, por um destino, por viver com dignidade, por «viver bem».
Vós, a partir dos movimentos populares, assumis as tarefas comuns motivados pelo amor fraterno, que se rebela contra a injustiça social. Quando olhamos o rosto dos que sofrem, o rosto do camponês ameaçado, do trabalhador excluído, do indígena oprimido, da família sem tecto, do imigrante perseguido, do jovem desempregado, da criança explorada, da mãe que perdeu o seu filho num tiroteio porque o bairro foi tomado pelo narcotráfico, do pai que perdeu a sua filha porque foi sujeita à escravidão; quando recordamos estes «rostos e nomes» estremecem-nos as entranhas diante de tanto sofrimento e comovemo-nos…. Porque «vimos e ouvimos», não a fria estatística, mas as feridas da humanidade dolorida, as nossas feridas, a nossa carne. Isto é muito diferente da teorização abstracta ou da indignação elegante. Isto comove-nos, move-nos e procuramos o outro para nos movermos juntos. Esta emoção feita acção comunitária é incompreensível apenas com a razão: tem um plus de sentido que só os povos entendem e que confere a sua mística particular aos verdadeiros movimentos populares.
Vós viveis, cada dia, imersos na crueza da tormenta humana. Falastes-me das vossas causas, partilhastes comigo as vossas lutas. E agradeço-vos. Queridos irmãos, muitas vezes trabalhais no insignificante, no que aparece ao vosso alcance, na realidade injusta que vos foi imposta e a que não vos resignais opondo uma resistência activa ao sistema idólatra que exclui, degrada e mata. Vi-vos trabalhar incansavelmente pela terra e a agricultura camponesa, pelos vossos territórios e comunidades, pela dignificação da economia popular, pela integração urbana das vossas favelas e agrupamentos, pela auto-construção de moradias e o desenvolvimento das infra-estruturas do bairro e em muitas actividades comunitárias que tendem à reafirmação de algo tão elementar e inegavelmente necessário como o direito aos “3 T”: terra, tecto e trabalho.
Este apego ao bairro, à terra, ao território, à profissão, à corporação, este reconhecer-se no rosto do outro, esta proximidade no dia-a-dia, com as suas misérias e os seus heroísmos quotidianos, é o que permite realizar o mandamento do amor, não a partir de ideias ou conceitos, mas a partir do genuíno encontro entre pessoas, porque não se amam os conceitos nem as ideias; amam-se as pessoas. A entrega, a verdadeira entrega nasce do amor pelos homens e mulheres, crianças e idosos, vilarejos e comunidades… Rostos e nomes que enchem o coração. A partir destas sementes de esperança semeadas pacientemente nas periferias esquecidas do planeta, destes rebentos de ternura que lutam por subsistir na escuridão da exclusão, crescerão grandes árvores, surgirão bosques densos de esperança para oxigenar este mundo.
Vejo, com alegria, que trabalhais no que aparece ao vosso alcance, cuidando dos rebentos; mas, ao mesmo tempo, com uma perspectiva mais ampla, protegendo o arvoredo. Trabalhais numa perspectiva que não só aborda a realidade sectorial que cada um de vós representa e na qual felizmente está enraizada, mas procurais também resolver, na sua raiz, os problemas gerais de pobreza, desigualdade e exclusão.
Felicito-vos por isso. É imprescindível que, a par da reivindicação dos seus legítimos direitos, os povos e as suas organizações sociais construam uma alternativa humana à globalização exclusiva. Vós sois semeadores de mudança. Que Deus vos dê coragem, alegria, perseverança e paixão para continuar a semear. Podeis ter a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, vamos ver os frutos. Peço aos dirigentes: sede criativos e nunca percais o apego às coisas próximas, porque o pai da mentira sabe usurpar palavras nobres, promover modas intelectuais e adoptar posições ideológicas, mas se construirdes sobre bases sólidas, sobre as necessidades reais e a experiência viva dos vossos irmãos, dos camponeses e indígenas, dos trabalhadores excluídos e famílias marginalizadas, de certeza não vos equivocareis.
A Igreja não pode nem deve ser alheia a este processo no anúncio do Evangelho. Muitos sacerdotes e agentes pastorais realizam uma tarefa imensa acompanhando e promovendo os excluídos em todo o mundo, ao lado de cooperativas, dando impulso a empreendimentos, construindo casas, trabalhando abnegadamente nas áreas da saúde, desporto e educação. Estou convencido de que a cooperação amistosa com os movimentos populares pode robustecer estes esforços e fortalecer os processos de mudança.
No coração, tenhamos sempre a Virgem Maria, uma jovem humilde duma pequena aldeia perdida na periferia dum grande império, uma mãe sem tecto que soube transformar um curral de animais na casa de Jesus com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Maria é sinal de esperança para os povos que sofrem dores de parto até que brote a justiça. Rezo à Virgem do Carmo, padroeira da Bolívia, para fazer com que este nosso Encontro seja fermento de mudança.
3.            Por último, gostaria que reflectíssemos, juntos, sobre algumas tarefas importantes neste momento histórico, pois queremos uma mudança positiva em benefício de todos os nossos irmãos e irmãs. Disto estamos certos! Queremos uma mudança que se enriqueça com o trabalho conjunto de governos, movimentos populares e outras forças sociais. Sabemos isto também! Mas não é tão fácil definir o conteúdo da mudança, ou seja, o programa social que reflicta este projecto de fraternidade e justiça que esperamos. Neste sentido, não esperem uma receita deste Papa. Nem o Papa nem a Igreja têm o monopólio da interpretação da realidade social e da proposta de soluções para os problemas contemporâneos. Atrever-me-ia a dizer que não existe uma receita. A história é construída pelas gerações que se vão sucedendo no horizonte de povos que avançam individuando o próprio caminho e respeitando os valores que Deus colocou no coração.
Gostaria, no entanto, de vos propor três grandes tarefas que requerem a decisiva contribuição do conjunto dos movimentos populares:
3.1          A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos.
Os seres humanos e a natureza não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra.
A economia não deveria ser um mecanismo de acumulação, mas a condigna administração da casa comum. Isto implica cuidar zelosamente da casa e distribuir adequadamente os bens entre todos. A sua finalidade não é unicamente garantir o alimento ou um «decoroso sustento». Não é sequer, embora fosse já um grande passo, garantir o acesso aos “3 T” pelos quais combateis. Uma economia verdadeiramente comunitária – poder-se-ia dizer, uma economia de inspiração cristã – deve garantir aos povos dignidade, «prosperidade e civilização em seus múltiplos aspectos».[1] Isto envolve os “3 T” mas também acesso à educação, à saúde, à inovação, às manifestações artísticas e culturais, à comunicação, ao desporto e à recreação. Uma economia justa deve criar as condições para que cada pessoa possa gozar duma infância sem privações, desenvolver os seus talentos durante a juventude, trabalhar com plenos direitos durante os anos de actividade e ter acesso a uma digna aposentação na velhice. É uma economia onde o ser humano, em harmonia com a natureza, estrutura todo o sistema de produção e distribuição de tal modo que as capacidades e necessidades de cada um encontrem um apoio adequado no ser social. Vós – e outros povos também – resumis este anseio duma maneira simples e bela: «viver bem».
Esta economia é não apenas desejável e necessária, mas também possível. Não é uma utopia, nem uma fantasia. É uma perspectiva extremamente realista. Podemos consegui-la. Os recursos disponíveis no mundo, fruto do trabalho intergeneracional dos povos e dos dons da criação, são mais que suficientes para o desenvolvimento integral de «todos os homens e do homem todo».[2] Mas o problema é outro. Existe um sistema com outros objectivos. Um sistema que, apesar de acelerar irresponsavelmente os ritmos da produção, apesar de implementar métodos na indústria e na agricultura que sacrificam a Mãe Terra na ara da «produtividade», continua a negar a milhares de milhões de irmãos os mais elementares direitos económicos, sociais e culturais. Este sistema atenta contra o projecto de Jesus.
A justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral. Para os cristãos, o encargo é ainda mais forte: é um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres e às pessoas o que lhes pertence. O destino universal dos bens não é um adorno retórico da doutrina social da Igreja. É uma realidade anterior à propriedade privada. A propriedade, sobretudo quando afecta os recursos naturais, deve estar sempre em função das necessidades das pessoas. E estas necessidades não se limitam ao consumo. Não basta deixar cair algumas gotas, quando os pobres agitam este copo que, por si só, nunca derrama. Os planos de assistência que acodem a certas emergências deveriam ser pensados apenas como respostas transitórias. Nunca poderão substituir a verdadeira inclusão: a inclusão que dá o trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário.
Neste caminho, os movimentos populares têm um papel essencial, não apenas exigindo e reclamando, mas fundamentalmente criando. Vós sois poetas sociais: criadores de trabalho, construtores de casas, produtores de alimentos, sobretudo para os descartados pelo mercado global.
Conheci de perto várias experiências, onde os trabalhadores, unidos em cooperativas e outras formas de organização comunitária, conseguiram criar trabalho onde só havia sobras da economia idólatra. As empresas recuperadas, as feiras francas e as cooperativas de catadores de papelão são exemplos desta economia popular que surge da exclusão e que pouco a pouco, com esforço e paciência, adopta formas solidárias que a dignificam. Quão diferente é isto do facto de os descartados pelo mercado formal serem explorados como escravos!
Os governos que assumem como própria a tarefa de colocar a economia ao serviço das pessoas devem promover o fortalecimento, melhoria, coordenação e expansão destas formas de economia popular e produção comunitária. Isto implica melhorar os processos de trabalho, prover de adequadas infra-estruturas e garantir plenos direitos aos trabalhadores deste sector alternativo. Quando Estado e organizações sociais assumem, juntos, a missão dos “3 T”, activam-se os princípios de solidariedade e subsidiariedade que permitem construir o bem comum numa democracia plena e participativa.
3.2          A segunda tarefa é unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça.
Os povos do mundo querem ser artífices do seu próprio destino. Querem caminhar em paz para a justiça. Não querem tutelas nem interferências, onde o mais forte subordina o mais fraco. Querem que a sua cultura, o seu idioma, os seus processos sociais e tradições religiosas sejam respeitados. Nenhum poder efectivamente constituído tem direito de privar os países pobres do pleno exercício da sua soberania e, quando o fazem, vemos novas formas de colonialismo que afectam seriamente as possibilidades de paz e justiça, porque «a paz funda-se não só no respeito pelos direitos do homem, mas também no respeito pelo direito dos povos, sobretudo o direito à independência».[3]
Os povos da América Latina alcançaram, com um parto doloroso, a sua independência política e, desde então, viveram já quase dois séculos duma história dramática e cheia de contradições procurando conquistar uma independência plena.
Nos últimos anos, depois de tantos mal-entendidos, muitos países latino-americanos viram crescer a fraternidade entre os seus povos. Os governos da região juntaram seus esforços para fazer respeitar a sua soberania, a de cada país e a da região como um todo que, de forma muito bela como faziam os nossos antepassados, chamam a «Pátria Grande». Peço-vos, irmãos e irmãs dos movimentos populares, que cuidem e façam crescer esta unidade. É necessário manter a unidade contra toda a tentativa de divisão, para que a região cresça em paz e justiça.
Apesar destes avanços, ainda subsistem factores que atentam contra este desenvolvimento humano equitativo e coarctam a soberania dos países da «Pátria Grande» e doutras latitudes do Planeta. O novo colonialismo assume variadas fisionomias. Às vezes, é o poder anónimo do ídolo dinheiro: corporações, credores, alguns tratados denominados «de livre comércio» e a imposição de medidas de «austeridade» que sempre apertam o cinto dos trabalhadores e dos pobres. Os bispos latino-americanos denunciam-no muito claramente, no documento de Aparecida, quando afirmam que «as instituições financeiras e as empresas transnacionais se fortalecem ao ponto de subordinar as economias locais, sobretudo debilitando os Estados, que aparecem cada vez mais impotentes para levar adiante projetos de desenvolvimento a serviço de suas populações».[4] Noutras ocasiões, sob o nobre disfarce da luta contra a corrupção, o narcotráfico ou o terrorismo – graves males dos nossos tempos que requerem uma acção internacional coordenada – vemos que se impõem aos Estados medidas que pouco têm a ver com a resolução de tais problemáticas e muitas vezes tornam as coisas piores.
Da mesma forma, a concentração monopolista dos meios de comunicação social que pretende impor padrões alienantes de consumo e certa uniformidade cultural é outra das formas que adopta o novo colonialismo. É o colonialismo ideológico. Como dizem os bispos da África, muitas vezes pretende-se converter os países pobres em «peças de um mecanismo, partes de uma engrenagem gigante».[5]
Temos de reconhecer que nenhum dos graves problemas da humanidade pode ser resolvido sem a interacção dos Estados e dos povos a nível internacional. Qualquer acto de envergadura realizado numa parte do Planeta repercute-se no todo em termos económicos, ecológicos, sociais e culturais. Até o crime e a violência se globalizaram. Por isso, nenhum governo pode actuar à margem duma responsabilidade comum. Se queremos realmente uma mudança positiva, temos de assumir humildemente a nossa interdependência. Mas interacção não é sinónimo de imposição, não é subordinação de uns em função dos interesses dos outros. O colonialismo, novo e velho, que reduz os países pobres a meros fornecedores de matérias-primas e mão de obra barata, gera violência, miséria, emigrações forçadas e todos os males que vêm juntos… precisamente porque, ao pôr a periferia em função do centro, nega-lhes o direito a um desenvolvimento integral. Isto é desigualdade, e a desigualdade gera violência que nenhum recurso policial, militar ou dos serviços secretos será capaz de deter.
Digamos NÃO às velhas e novas formas de colonialismo. Digamos SIM ao encontro entre povos e culturas. Bem-aventurados os que trabalham pela paz.
Aqui quero deter-me num tema importante. É que alguém poderá, com direito, dizer: «Quando o Papa fala de colonialismo, esquece-se de certas acções da Igreja». Com pesar, vo-lo digo: Cometeram-se muitos e graves pecados contra os povos nativos da América, em nome de Deus. Reconheceram-no os meus antecessores, afirmou-o o CELAM e quero reafirmá-lo eu também. Como São João Paulo II, peço que a Igreja «se ajoelhe diante de Deus e implore o perdão para os pecados passados e presentes dos seus filhos».[6] E eu quero dizer-vos, quero ser muito claro, como foi São João Paulo II: Peço humildemente perdão, não só para as ofensas da própria Igreja, mas também para os crimes contra os povos nativos durante a chamada conquista da América.
Peço-vos também a todos, crentes e não crentes, que se recordem de tantos bispos, sacerdotes e leigos que pregaram e pregam a boa nova de Jesus com coragem e mansidão, respeito e em paz; que, na sua passagem por esta vida, deixaram impressionantes obras de promoção humana e de amor, pondo-se muitas vezes ao lado dos povos indígenas ou acompanhando os próprios movimentos populares mesmo até ao martírio. A Igreja, os seus filhos e filhas, fazem parte da identidade dos povos na América Latina. Identidade que alguns poderes, tanto aqui como noutros países, se empenham por apagar, talvez porque a nossa fé é revolucionária, porque a nossa fé desafia a tirania do ídolo dinheiro. Hoje vemos, com horror, como no Médio Oriente e noutros lugares do mundo se persegue, tortura, assassina a muitos irmãos nossos pela sua fé em Jesus. Isto também devemos denunciá-lo: dentro desta terceira guerra mundial em parcelas que vivemos, há uma espécie de genocídio em curso que deve cessar.
Aos irmãos e irmãs do movimento indígena latino-americano, deixem-me expressar a minha mais profunda estima e felicitá-los por procurarem a conjugação dos seus povos e culturas segundo uma forma de convivência, a que eu chamo poliédrica, onde as partes conservam a sua identidade construindo, juntas, uma pluralidade que não atenta contra a unidade, mas fortalece-a. A sua procura desta interculturalidade que conjuga a reafirmação dos direitos dos povos nativos com o respeito à integridade territorial dos Estados enriquece-nos e fortalece-nos a todos.
3.3          A terceira tarefa, e talvez a mais importante que devemos assumir hoje, é defender a Mãe Terra.
A casa comum de todos nós está a ser saqueada, devastada, vexada impunemente. A covardia em defendê-la é um pecado grave. Vemos, com crescente decepção, sucederem-se uma após outra cimeiras internacionais sem qualquer resultado importante. Existe um claro, definitivo e inadiável imperativo ético de actuar que não está a ser cumprido. Não se pode permitir que certos interesses – que são globais, mas não universais – se imponham, submetendo Estados e organismos internacionais, e continuem a destruir a criação. Os povos e os seus movimentos são chamados a clamar, mobilizar-se, exigir – pacífica mas tenazmente – a adopção urgente de medidas apropriadas. Peço-vos, em nome de Deus, que defendais a Mãe Terra. Sobre este assunto, expressei-me devidamente na carta encíclica Laudato si’.
4.            Para concluir, quero dizer-lhes novamente: O futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança. Estou convosco. Digamos juntos do fundo do coração: nenhuma família sem tecto, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade, nenhuma criança sem infância, nenhum jovem sem possibilidades, nenhum idoso sem uma veneranda velhice. Continuai com a vossa luta e, por favor, cuidai bem da Mãe Terra. Rezo por vós, rezo convosco e quero pedir a nosso Pai Deus que vos acompanhe e abençoe, que vos cumule do seu amor e defenda no caminho concedendo-vos, em abundância, aquela força que nos mantém de pé: esta força é a esperança, a esperança que não decepciona. Obrigado! E peço-vos, por favor, que rezeis por mim.
[1] JOÃO XXIII, Carta enc. Mater et Magistra (15 de Maio de 1961), 3: AAS 53 (1961), 402.
[2] PAULO VI, Carta enc. Popolorum progressio, 14.
[3] PONTIFÍCIO CONSELHO «JUSTIÇA E PAZ», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 157.
[4] V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE (2007), Documento de Aparecida, 66.
[5] JOÃO PAULO II, Exort. ap. pós-sinodal Ecclesia in Africa (14 de Setembro de 1995), 52: AAS 88 (1996), 32-33. Cf. IDEM, Carta enc. Sollicitudo rei socialis (30 de Dezembro de 1987), 22: AAS 80 (1988), 539.
[6] JOÃO PAULO II, Bula Incarnationis mysterium, 11.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Francisco recebe de presente do Presidente da Bolívia uma grande profanação, um crucifixo com foice e o martelo, simbolo do comunismo ateu

09.07.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br
Por Dilson Kutscher
Porque será, que o Presidente Boliviano, resolveu presentear Francisco com tal "cruz apóstata"?
Os Papas condenaram o socialismo, marxismo e comunismo, mas Francisco, incentiva, aprova e apóia os socialistas (comunistas) mais uma prova dele ser realmente revolucionário e antipapa.
A maioria dos católicos que infelizmente aplaudem este apoio de Francisco aos movimentos populares ligados a luta de classes, socialistas com ramificações comunistas, pensam que a Igreja não condena este tido socialismo, ou até desconhecem que o Magistério dos Papas sempre condenou o socialismo, então, colocarei os documentos e pronunciamentos dos últimos Papas na parte final deste artigo.
Em todos estes tempos a Igreja nunca pregou o conceito de “luta” como método para fazer “justiça social”.
Pelo contrário.
Pregou a OBEDIÊNCIA e SUBMISSÃO dos trabalhadores para com seus patrões;
A CARIDADE dos homens de negócio para com os desempregados;
A GRATIDÃO dos pobres para com seus benfeitores;
A PACIÊNCIA dos doentes diante das enfermidades;

A Igreja não prega a luta nem busca terra, teto e trabalho. Quem busca isto é Karl Marx. (e seus seguidores socialistas/comunistas)
Jesus nunca foi marxista, comunista e socialista…nem a Igreja.
Diz na Sagrada Escritura:
“O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino
fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam
pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu Reino não é deste mundo.” (João 18, 36).

Noticia do site http://fratresinunum.com
08.07.2015 - O presidente da Bolívia, Evo Morales, presenteou o papa Francisco com um crucifixo com foice e o martelo durante sua passagem pelo palácio do Governo na Cidade de La Paz, onde o pontífice saudou aos ministros do país andino.
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O mandatário entregou a Francisco vários presentes para agradecer sua visita ao país. Entre eles, destaca-se este crucifixo com simbologia comunista, uma foice e um martelo, que representam a aliança entre proletários e camponeses.
 - Amigos do site declaram que Francisco devolveu este presente que ofende a fé cristã, mas não temos confirmação disto.
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Nota de www.rainhamaria.com.br
VAMOS LEMBRAR O SEGUINTE...
"Ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista". - Papa Pio XI ( 1922-1939 ) Encíclica Quadragésimo anno (15-maio-1931 ).
"Não ajudar o socialismo. Tomai ademais sumo cuidado para que os filhos da Igreja Católica não dêem seu nome nem façam favor nenhum a essa detestável seita". - Papa Leão XIII (1819-1878 ) - Enciclica Quod Apostolici Muneris, nº 34
Congregação do Santo Ofício, 1949 - “É permitido aderir ao partido comunista ou favorecê-lo de alguma maneira? NÃO. O comunismo é de fato materialista e anticristão; embora declarem às vezes em palavras que não atacam a religião, os comunistas demonstram de fato, quer pela doutrina, quer pelas ações, que são hostis a Deus, à verdadeira religião e à Igreja de Cristo [...] Fiéis cristãos que professam a doutrina materialista e anticristã do comunismo, e sobretudo os que as defendem e propagam, incorrem pelo próprio fato, como apóstatas da fé católica, na excomunhão reservada de modo especial à Sé Apostólica? Sim.”
Também lembrar do Artigo Publicado em 23.11.2014
Francisco revolucionário e socialista, pediu luta por terra em reunião com sindicalistas no Vaticano
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O papa Francisco teve uma reunião com uma comitiva da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) nesta quarta-feira (19) e pediu que os sindicalistas “lutem pelos três T: Teto, Terra e Trabalho”.
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No encontro, que ocorreu na residência de Santa Marta, o deputado e sindicalista Victor De Gennaro expressou seu apoio ao Pontífice por ter convocado uma “assembleia de movimentos populares no Vaticano” e disse “apoiar firmemente a iniciativa”.
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O político se referiu ao Encontro Mundial dos Movimentos Populares, realizado entre os dias 27 e 29 de outubro, que trouxe para Roma centenas de líderes do mundo todo para “encontrar soluções alternativas para a economia do descarte e da exclusão”.
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O Papa ainda pediu para o grupo continuar “combatendo todo tipo de trabalho escravo” no país e no continente. As bandeiras sobre as formas de escravidão modernas e a luta pela inclusão social através do trabalho são os atuais focos do sucessor de Bento XVI na sociedade.
“Continuem com a vossa luta, caros irmãos e irmãs, faz bem a todos nós” — Papa Francisco.
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Segundo Pablo Micheli, secretário-geral da CTA, Francisco ainda agradeceu o apoio dos argentinos as suas iniciativas, mas disse que “não é nada fácil” o processo de abertura de renovação da Igreja Católica.
Fonte: http://fratresinunum.com  -  imagens  www.rainhamaria.com.br
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Nota final de www.rainhamaria.com.br
Os 10 últimos Papas condenam o socialismo, marxismo e comunismo
O Papa Pio XI definiu que "ninguém pode ser, ao mesmo tempo, bom católico e verdadeiro socialista", porque "católico e socialista são termos antitéticos" (Pio XI, Quadragesimo anno, Denziger, No. 2270).
Papa Pio IX (1846-1878):
Pio ix“Transtorno absoluto de toda a ordem humana” “[…] tampouco desconheceis, Veneráveis Irmãos, que os principais autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos sistemas do novo socialismo e comunismo” (Pio IX, Encíclica Noscitis et Nobiscum, 8 de dezembro de 1849 – Colección Completa de Encíclicas Pontifícias”, Editorial Poblet, Buenos Aires, pág. 121).
Papa Leão XIII (1878-1903):
“[…]o “comunismo”, o “socialismo”, o “nihilismo”, monstros horrendos que são a vergonha da sociedade e que ameaçam ser-lhe a morte” (Leão XIII, Encíclica Diuturnum Illud, 29 de junho de 1881 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 16).
“Ruína de todas as instituições” “[…] suprimi o temor de Deus e o respeito devido às suas leis; deixai cair em descrédito a autoridade dos príncipes; dai livre curso e incentivo à mania das revoluções; dai asas às paixões populares, quebrai todo freio, salvo o dos castigos, e pela força das coisas ireis ter a uma subversão universal e à ruína de todas as instituições: tal é, em verdade, o escopo provado, explícito, que demandam com seus esforços muitas associações comunistas e socialistas” (Leão XIII, Encíclica Humanum Genus, de 20 de abril de 1884 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 20-21).
“[…] esta seita de homens que, debaixo de nomes diversos e quase bárbaros se chamam socialistas, comunistas ou nihilistas, e que, espalhados sobre toda a superfície da terra, e estreitamente ligados entre si por um pacto de iniqüidade, já não procuram um abrigo nas trevas dos conciliábulos secretos, mas caminham ousadamente à luz do dia, e se esforçam por levar a cabo o desígnio, que têm formado de há muito, de destruir os alicerces da sociedade civil. É a eles, certamente, que se referem as Sagradas Letras quando dizem: ‘Eles mancham a carne, desprezam o poder e blasfemam da majestade’ (Jud. 8)” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 3-4).
“[…] todos sabem com que gravidade de linguagem, com que firmeza e constância o Nosso glorioso Predecessor Pio IX, de saudosa memória, combateu, quer nas suas Alocuções, quer nas suas Encíclicas dirigidas aos Bispos de todo o mundo, tanto os esforços iníquos das seitas, como nomeadamente a peste do socialismo, que já irrompia dos seus antros” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 7).
“[…] os socialistas e outras seitas sediciosas que trabalham há tanto tempo para arrasar o Estado até aos seus alicerces” (Leão XIII, Encíclica Libertas Praestantissimum, 20 de junho de 1888 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 16)
“É necessário, […] que trabalheis para que os filhos da Igreja Católica não ousem, seja debaixo de que pretexto for, filiar-se na seita abominável (do socialismo), nem favorecê-la” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 14).
Inimigo da sociedade e da Religião
“[…] temos necessidade de corações audaciosos e de forças unidas, numa época em que a messe de dores que se desenvolve diante de nossos olhos é demasiado vasta, e em que se vão acumulando sobre nossas cabeças formidáveis perigos de perturbações ruinosas, em razão principalmente do poder crescente do socialismo. Esses socialistas insinuam-se habilmente no coração da sociedade. Nas trevas das suas reuniões secretas e à luz do dia, pela palavra e pela pena, impelem a multidão à revolta; rejeitam a doutrina da Igreja, negligenciam os deveres, só exaltam os direitos, e solicitam as multidões de desgraçados, cada dia mais numerosos, que, por causa das dificuldades da vida, se deixam prender a teorias enganosas e são arrastados mais facilmente para o erro. Trata-se ao mesmo tempo da sociedade e da Religião. Todos os bons cidadãos devem ter a peito salvaguardar uma e outra com honra” (Leão XIII, Encíclica Graves de Communi, 18 de janeiro de 1901 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 15-16).
“… era o Nosso dever advertir publicamente os católicos dos graves erros que se ocultam sob as teorias do socialismo, e do grande perigo que daí resulta, não somente para os bens exteriores da vida, mas também para a integridade dos costumes e para a Religião” (Leão XIII, Encíclica Graves de Communi, 18 de janeiro de 1901 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 04).
“… a Igreja do Deus vivo, que é ‘a coluna e o sustentáculo da verdade’ (1 Tim. 3,15), ensina as doutrinas e princípios cuja verdade consiste em assegurar inteiramente a salvação e tranqüilidade da sociedade e desarraigar completamente o germe funesto do socialismo” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 7.).
Os comunistas, os socialistas e os niilistas são uma “peste mortal que se introduz como a serpente por entre as articulações mais íntimas dos membros da sociedade humana, e a coloca num perigo extremo” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 03).
Os socialistas, os comunistas e os niilistas “nada deixam intacto ou inteiro do que foi sabiamente estabelecido pelas leis divinas e humanas para a segurança e honra da vida” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 04).
O socialismo diverge diametralmente da Religião Católica
“… ainda que os socialistas, abusando do próprio Evangelho, a fim de enganarem mais facilmente os espíritos incautos, tenham adotado o costume de o torcerem em proveito da sua opinião, entretanto a divergência entre as suas doutrinas depravadas e a puríssima doutrina de Cristo é tamanha, que maior não podia ser. Pois ’que pode haver de comum entre a justiça e a iniquidade? Ou que união entre a luz e as trevas?’ (2 Cor. 6, 14)” (Leão XIII, Encíclica Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 8).
Papa São Pio X (1903-1914)
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O sonho utópico de reconstruir a sociedade trará o socialismo
“O equívoco está desfeito; a ação social do Sillon não é mais católica. […] Porém, mais estranhas ainda, ao mesmo tempo inquietantes e acabrunhadoras, são a audácia e a ligeireza de espírito de homens que se dizem católicos, e que sonham refundir a sociedade […] e estabelecer sobre a terra, por cima da Igreja Católica, ‘o reino da justiça e do amor’, com operários vindos de toda parte, de todas as religiões ou sem religião, com ou sem crenças, […] Que é que sairá desta colaboração? Uma construção puramente verbal e quimérica, em que se verão coruscar promiscuamente, e numa confusão sedutora, as palavras liberdade, justiça, fraternidade e amor, igualdade e exaltação humana, e tudo baseado numa dignidade humana mal compreendida. Será uma agitação tumultuosa, estéril para o fim proposto, e que aproveitará aos agitadores de massas, menos utopistas. Sim, na realidade, pode-se dizer que o Sillon escolta o socialismo, o olhar fixo numa quimera” (São Pio X, Carta Apostólica Notre Charge Apostolique (Nosso encargo apostólico), aos Bispos da França, Sobre os erros do Sillon, 25 de Agosto de 1910, n. 34. – Apud Plinio Corrêa de Oliveira, Em Defesa Da Ação Católica, 2ª edição – março de 1983, Artpress Papéis e Artes Gráficas Ltda, São Paulo).
Papa Bento XV (1914-1922):
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A condenação do socialismo não deveria jamais ser esquecida
“Não é nossa intenção aqui repetir os argumentos que demonstram claramente os erros do socialismo e de doutrinas semelhantes. Nosso predecessor, Leão XIII, muito sabiamente já o fez em encíclicas verdadeiramente memoráveis; e Vós, Veneráveis Irmãos, tomareis o maior cuidado para que esses graves preceitos não sejam jamais esquecidos, mas sempre que as circunstâncias o exigirem, eles deverão ser expostos com clareza e inculcados nas associações católicas e congressos, em sermões e na imprensa católica” (Bento XV, Encíclica Ad Beatissimi Apostolorum, 1° de novembro de 1914, n. 13).
Papa Pio XI (1922-1939):
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“O socialismo concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã.”
“E se o socialismo estiver tão moderado no tocante à luta de classes e à propriedade particular, que já não mereça nisto a mínima censura? Terá renunciado por isso à sua natureza essencialmente anticristã? Eis uma dúvida, que a muitos traz suspensos. Muitíssimos católicos, convencidos de que os princípios cristãos não podem jamais abandonar-se nem obliterar-se, volvem os olhos para esta Santa Sé e suplicam instantemente que definamos se este socialismo repudiou de tal maneira as suas falsas doutrinas, que já se possa abraçar e quase batizar, sem prejuízo de nenhum princípio cristão. Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos: O socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como “ação”, se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã” (Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno”, 15 de maio de 1931 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 43-44).
Socialismo católico, uma contradição: ”Ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista”
“E se este erro, como todos os mais, encerra algo de verdade, o que os Sumos Pontífices nunca negaram, funda-se contudo numa concepção da sociedade humana diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista” (Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno”, 15 de maio de 1931 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 44).
Falsa conciliação: Não é lícito mitigar os princípios católicos para se aproximar dos socialistas
“Mas não se vá julgar que os partidos socialistas, não filiados ainda ao comunismo, professem já todos teórica e praticamente esta moderação. Em geral, não renegam a luta de classes nem a abolição da propriedade, apenas as mitigam. Ora, se os falsos princípios assim se mitigam e obliteram, pergunta-se, ou melhor, perguntam alguns sem razão, se não será bem que também os princípios católicos se mitiguem e moderem, para sair ao encontro do socialismo e congraçar-se com ele a meio caminho. Não falta quem se deixe levar da esperança de atrair por este modo os socialistas. Esperança vã! Quem quer ser apóstolo entre os socialistas é preciso que professe franca e lealmente toda a verdade cristã, e que de nenhum modo feche os olhos ao erro” (Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno”, 15 de maio de 1931 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 42-43).
Papa Pio XII (1939-1958):
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A socialização total tornaria pavorosa realidade a imagem terrificante do Leviatã
“Ademais, a proteção do indivíduo e da família, frente à corrente que ameaça arrastar a uma socialização total, em cujo fim se tornaria pavorosa realidade a imagem terrificante do Leviatã. A Igreja travará esta luta até o extremo, pois aqui se trata de valores supremos: a dignidade do homem e a salvação da alma”. (Pio XII, Radiomensagem de 14 de setembro de 1952 ao Katholikentag de Viena. Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII, vol. XIV, p. 314.).
Perigos da mentalidade socialista
Não se pode cair no erro de “retirar … o gerenciamento dos meios de produção da responsabilidade pessoal dos proprietários privados [indivíduos ou companhias] para transferi-lo à responsabilidade coletiva de grupos anônimos, [uma situação] que se acomodaria muito bem com a mentalidade socialista” (Pio XII, Discurso aos Congressos de Estudos Sociais e à União Social Cristã, 5 de junho de 1950.).
Papa João XXIII (1958-1963):
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“Nenhum católico pode aprovar sequer o socialismo moderado” “Adiante, o Papa Pio XI enfatizou a fundamental oposição entre o comunismo e o Cristianismo, e deixou claro que nenhum católico pode subscrever nem mesmo o socialismo moderado.
A razão está em que o socialismo funda-se em uma doutrina a respeito da sociedade humana que é ligada ao tempo e não toma em conta nenhum outro objetivo que o bem-estar material. Desde que ele propõe uma forma de organização social que tem em vista unicamente a produção, ele coloca uma muito severa restrição á liberdade humana, ao mesmo tempo que viola a verdadeira noção de autoridade social”. (João XXIII, Encíclica Mater et Magistra, 15 de maio de 1961, n. 34).
Papa Paulo VI (1963-1978):
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Em 1965 durante o Concílio Vaticano II, Paulo VI recebeu o Conselho Episcopal Latino-Americano e na sua alocução ele atenta para o “Ateísmo marxista”. Ele o apresenta como uma força perigosa, largamente difundido e extremamente nociva, que se infiltra na vida econômica e social da América Latina e pregando a “Revolução violenta como único meio de resolver os problemas” (Extraído do livro “Le Rhin se jette dans le tibre”, pág 273. Ralph Wiltgen. Ed Editions du Cédre 1974, 5a tiragem).
Cristãos, atraídos pelo socialismo, tendem a idealizá-lo
“Muito freqüentemente os cristãos, atraídos pelo socialismo, tendem a idealizá-lo em termos que, além de tudo o mais, são muito genéricos: um desejo de justiça, solidariedade e igualdade. Eles se recusam a reconhecer as limitações do movimento socialista histórico, que continua condicionado pelas ideologias das quais se originaram.” (Paulo VI, Carta Apostólica Octogesima Adveniens, 14 de maio de, 1971, n. 31).
Papa João Paulo II: (1978-2005)
João Paulo II
Analise dos dois sistemas.
“Nesta luta contra um tal sistema (o Papa está falando do capitalismo selvagem) não se veja, como modelo alternativo, o sistema socialista, que, de fato, não passa de um capitalismo de estado, mas uma sociedade do trabalho livre, da empresa e da participação” (no. 35) “A Igreja reconhece a justa função do lucro, como indicador do bom funcionamento da empresa” (no. 35) “Aquele Pontífice (Leão XIII), com efeito, previa as conseqüências negativas, sob todos os aspectos – político, social e econômico – de uma organização da sociedade, tal como a propunha o “socialismo”, e que então estava ainda no estado de filosofia social e de movimento mais ou menos estruturado. Alguém poderia admirar-se do fato de que o Papa começasse pelo “socialismo” a crítica das soluções que se davam à “questão operária”, quando ele ainda não se apresentava – como depois aconteceu – sob a forma de um Estado forte e poderoso, com todos os recursos à disposição. Todavia Leão XIII mediu bem o perigo que representava, para as massas, a apresentação atraente de uma solução tão simples quão radical da “questão operária”. (n°. 12).
Sobre a proposição antropológica do socialismo.
” Aprofundando agora a reflexão delineada (…) é preciso acrescentar que o erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social, enquanto, por outro lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção, da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem e do mal. O homem é reduzido a uma série de relações sociais, e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral, que constrói, através dessa decisão, o ordenamento social. Desta errada concepção da pessoa deriva a distorção do direito, que define o âmbito do exercício da liberdade, bem como a oposição à propriedade privada”. (no. 13).
“Na Rerum Novarum, Leão XIII com diversos argumentos, insistia fortemente, contra o socialismo de seu tempo, no caráter natural do direito de propriedade privada. Este direito, fundamental para a autonomia e desenvolvimento da pessoa, foi sempre defendido pela Igreja ate nossos dias” (Enc. Centesimus Annus, tópico 30 da ed. Paulinas)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Sinal dos Tempos: Por que a Virgem Maria enfurece as feministas?

08.07.2015 -
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Feministas diante de uma igreja, desrespeitando a Santa Cruz
    Por que tantas mulheres de hoje parecem infelizes? Nas várias vezes em que me questionam isto, eu opino que talvez elas não tenham encontrado respostas adequadas para a pergunta "O que as mulheres querem?" e para outra pergunta mais importante ainda: "De que as mulheres precisam?".
    Eu considero que a resposta vívida e fulgurante para estas perguntas está em Maria, Virgem e Mãe. Esta sugestão teria sido corriqueira algumas gerações atrás, mas hoje é problemática até mesmo dentro alguns círculos católicos, além de vastamente desprezada por grandes segmentos do feminismo laicista. Aliás, chega a ser surpreendente que haja paralelos entre a desconfiança católica a respeito de Maria e a pura e simples rejeição dela por grande parte das feministas laicas.
    O principal ponto de discórdia são os títulos tradicionais de Maria como Virgem e Mãe.
n/d
    A virgindade, como virtude louvável e mesmo como ideal, enfrenta tempos difíceis, inclusive em ambientes autoidentificados como "católicos". Por quê? Sejamos francos: no mundo ocidental contemporâneo, todos nós fomos submersos, ao longo dos últimos cinquenta anos, na cultura do “todo mundo faz” (em referência, neste caso, ao sexo fora do casamento). Assim, dizer que Maria, como Virgem, é um modelo sublime para restaurar a felicidade que Deus quer para as mulheres é algo difícil de vender nestes círculos. Mas não é impossível.
    Faz alguns anos, Sarah Hinlicky escreveu um ensaio fascinante e sábio intitulado "Virgindade subversiva" (algum tempo depois, ela ainda escreveria outro belo ensaio sobre a virgindade masculina). Em seu texto, ela resume a visão do feminismo laicista sobre a sexualidade, uma perspectiva que tomou conta também de alguns indivíduos e comunidades autodenominados católicos:
    De acordo com a herança da visão feminista, a sexualidade deve ser entendida mediante os conceitos-irmãos de “poder” e “escolha”. Não é uma questão banalmente biológica de gerar filhos, nem uma noção mais elevada de criar intimidade e confiança. Às vezes, parece que o sexo não precisa sequer ser prazeroso. O objetivo da sexualidade feminina seria afirmar seu poder sobre os homens infelizes, para fins de controle, vingança, prazer egocêntrico ou imposição de um compromisso. A mulher que deixa de se expressar na sua atividade sexual se tornaria vítima de uma sociedade machista, que pretenderia, por sua vez, impedir as mulheres de se tornarem poderosas. Por outro lado, dizem ainda as feministas laicas, a mulher que se torna sexualmente ativa descobre o seu poder sobre os homens e, supostamente, o exerce para a sua valorização pessoal.
    Dito de outra forma, a expressão sexual feminina seria um ato de poder pessoal e político. A virgindade, segundo esse ponto de vista, seria um fracasso irresponsável no exercício desse poder. A resposta de Hinlicky para esta afirmação é incisiva:
    Ninguém pode reivindicar o controle sobre uma virgem. A virgindade não é uma questão de demonstrar poder a fim de manipular. É uma recusa a explorar e ser explorada. Isto é que é poder real e responsável. Há um apelo inegável na virgindade, algo que escapa ao depreciativo rótulo de "hipócrita" imposto pelo feminismo ressentido. Uma mulher virgem é um objeto de desejo inatingível e é precisamente essa inatingibilidade que aumenta a sua desejabilidade. O feminismo contou uma mentira em defesa da sua própria promiscuidade, ou seja, a de que não há poder sexual na virgindade. Pelo contrário: a sexualidade virgem tem um poder extraordinário e incomum. Não há o que adivinhar nos motivos de uma virgem: a sua força vem de uma fonte que está além dos seus caprichos transitórios. É sexualidade dedicada à esperança, ao futuro, ao amor marital, aos filhos e a Deus. Sua virgindade é, ao mesmo tempo, uma declaração da sua madura independência dos homens. Ela permite que uma mulher se torne uma pessoa inteira em seu próprio direito, sem precisar de um homem contra quem se revoltar ou que complete o que lhe falta. É realmente muito simples: não importa o quanto ele é maravilhoso, charmoso, bonito, inteligente, atencioso, rico ou persuasivo; ele simplesmente não pode tê-la. A virgem é perfeitamente impossível.
    Hinlicky deixa claro que a virgem não é uma tola de ninguém, não é um brinquedo de ninguém e não é uma posse de ninguém. Ela está segura na sua identidade e integridade. Acima de tudo, ela tem o poder genuíno e a liberdade indiscutível de declarar "sim" ou "não". Maria Virgem é o exemplo dessa liberdade. Seu "sim" ao convite divino, seu "faça-se" ao chamado do Espírito Santo, é a ilustração mais sublime e mais viva da liberdade da virgem. O “sim” dela é livre, poderoso e incomensurável.
    Uma liberdade dessas para responder ao chamado de Deus é incomparavelmente maior do que o salto impensado para dentro da onda do "todo mundo faz". O "sim" dito ao anjo Gabriel pela Virgem Maria é o modelo da liberdade interior necessária para dar um “sim” completo e genuíno à Divina Providência. O “sim” a Deus, que só pode fluir dessa liberdade interior, característica da Virgem que é dona de si, é um elemento essencial na restauração da felicidade que Deus quer para as mulheres. A liberdade virginal de Maria, a sua independência de caprichos e tendências, lhe permitiu tornar-se fecunda de maneira única como a Mãe.
    A maternidade, aliás, é outro tesouro difícil de vender em nossos dias, como nos lembra Jonathan Last em seu perturbador livro “What to Expect When No One’s Expecting” [“O que esperar quando ninguém espera”]. Na maioria dos ambientes que se dizem católicos, não se ouvem menções à "paternidade/maternidade generosa" ou "heroica". Na maioria dos programas diocesanos de preparação matrimonial que eu conheço, há pouca ou nenhuma discussão sobre as "graves razões" que justificam o espaçamento entre o nascimento dos filhos ou a decisão de não ter mais nenhum, por meio do planejamento familiar natural. Muitas pesquisas têm indicado que os autodenominados católicos utilizam a contracepção e o aborto tanto quanto os não católicos. A fertilidade em geral, e a feminina em particular, é tratada como uma espécie de doença, ou, pelo menos, como uma condição lamentável a ser evitada e, não raro, até “eliminada” definitivamente.
    Isso não deveria nos surpreender. Uma cultura que não valoriza a liberdade interior da virgindade não tem grandes probabilidades de honrar a generosidade pródiga que é necessária para a maternidade fecunda. Ao rejeitar tanto a virgindade quanto a maternidade, a cultura pseudocatólica e a cultura laicista rejeitam o carisma profundo e vívido da mulher, que é a capacidade da autodoação, o gênio feminino do "dom de si" que São João Paulo II exaltou em sua encíclica “Mulieris Dignitatem”. Quando se rejeita Maria como o ícone da Virgem e como o ícone da Mãe, será que é mesmo de admirar que a nossa cultura esteja tão cheia de mulheres infelizes?
    E o que pode ser feito?
    John Senior, em sua sublime obra “The Restoration of Christian Culture” [“A restauração da cultura cristã”], diz que temos de reaprender com a Virgem Mãe “a linguagem do amor”. É uma linguagem arraigada na liberdade da Virgem, que chega à expressão mais completa na fecundidade da Mãe. Sua primeira articulação é o “faça-se” de Maria à sua identidade feminina dada por Deus. Como é que nós, católicos, podemos recolocar no centro a sabedoria de Deus revelada através de Maria, a mais abençoada entre as mulheres? Uma resposta detalhada a essa pergunta seria longa, mas eu acho que podemos identificar com segurança alguns pontos de partida.
    O Evangelho de Lucas, 2,19, retrata Maria "meditando sobre todas essas coisas no seu coração". Bem faríamos nós em meditar como ela meditou e sobre aquilo que ela meditou, renovando o nosso compromisso com o rosário. Também seria bom revermos as grandes obras de arte marianas, especialmente as pinturas dos mestres medievais e renascentistas, assim como os ícones da Igreja bizantina, transformando essa contemplação em oração. Por fim, seria muito sábio de nossa parte reimergir nas reflexões teológicas da Igreja sobre Maria, para chegarmos a amá-la do jeito que a Igreja sempre a amou.
    A vocação do homem é amar do jeito que Deus ama, como explica Santo Inácio de Loyola em sua famosa "Contemplatio". A infelicidade humana é apenas um sintoma do fracasso humano em amar. O gênio feminino da autodoação, tantas vezes elogiado por São João Paulo II, encontra a sua expressão perfeita em Maria, que é Virgem-e-Mãe, a mais livre e a mais fecunda de todas as mulheres. A restauração da felicidade destinada por Deus às mulheres só pode ser encontrada na imitação de Maria.
Perseveremos em oração uns pelos outros.
Fonte: /www.icatolica.com  e  www.sinaisdoreino.com.br