sexta-feira, 24 de julho de 2015

Internacionalismo de esquerda instrumentaliza Igreja para utopia da “Pátria Grande”.

Por Hermes Rodrigues Nery | FratresInUnum.com – Conta Carlos Peñalosa que Fidel Castro, desde jovem, ainda quando era estudante de direito da Universidade de Havana, já tinha em mente retomar e colocar em prática a ideia e o projeto de poder totalitário da “Pátria Grande”, conceito este que veio não de Bolívar, mas de Francisco de Miranda, e que servia aos propósitos e interesses do internacionalismo socialista (das forças de esquerda). Com o Foro de São Paulo, a partir dos anos 90, Fidel Castro, Hugo Chávez, Lula e tantos outros tiranetes sul-americanos se encantaram com o discurso sedutor de Fidel, que via no projeto da “Pátria Grande” a forma de concretizar a extensão da revolução cubana para toda América Latina. Mas, para que tal projeto se consolidasse, depois de um bem sucedido processo gramscista de tomada de postos e aparelhamento das instituições, o próprio Fidel se convenceu de que era preciso instrumentalizar a Igreja Católica para tais fins, entendendo o fenômeno religioso como dado sociológico. E nesse sentido, a teologia da libertação desempenhou um papel relevante no processo de ganhar padres e bispos para a causa da “Pátria Grande” socialista. Como explica Miguel Ángel Barrios,
“…es la Teología de la Liberación post Concilio Vaticano II. Esta última, es la primera estrictamente latinoamericana. Más allá, de las apasionantes polémicas y de sus diferentes vertientes, la Teología de la Liberación unificó la opción preferencial por los pobres y la justicia. Y dentro de ella, la variante de la Teología de la Cultura, representada por figuras como el Padre Lucio Gera, Monseñor Gerardo Farrell y por el teólogo y filósofo uruguayo, Alberto Methól Ferré. Esta Teología, variante de la oleada de la Teología de la Liberación, acentúa el tema de la religiosidad popular, de los pobres y la cultura, y la de la revalorización de la historia latinoamericana, de la Patria Grande.” 
Foi em 1985 que Fidel Castro resolveu aproximar-se dos bispos cubanos para atrai-los, aos poucos, em sua estratégia. E houve anuência e colaboração de muitos nesse sentido. Fidel já havia realizado encontros com “os Cristãos pelo Socialismo”, inclusive em outros países latinoamericanos, como no Chile, em 1972. Ele próprio dizia que “esse movimento brotou em diversos lugares da América Latina após o triunfo da Revolução Cubana”. Com a aproximação com o clero cubano, Fidel Castro buscou intensificar sua aposta dos “cristãos pelo socialismo”.
Em 1986, foi realizado o Encontro Nacional Eclesial Cubano (ENEC), que o então Cardeal Pirônio chamou de “um verdadeiro Pentecostes para a Igreja de Cuba”. No mesmo ano, o Comitê Central do Partido Comunista de Cuba chamou François Houtart para dar um curso acelerado de sociologia da religião, e como explica o próprio Houtart, no trecho de 13:28 a 14:07 desse vídeo:
“A razão foi que intelectuais marxistas de Cuba, que estavam em contato com Nicarágua, El Salvador, Guatemala, e com muitos cristãos comprometidos com a ação revolucionária e também com a Teologia da Libertação não podiam mais aceitar que a religião era necessariamente o ópio do povo. E se vocês são realmente marxistas, não podem ser dogmáticos”.
Era preciso, portanto, aproximar os marxistas dos cristãos, e ainda mais, disseminar a teologia da libertação no seio da Igreja (as várias vertentes da teologia da libertação e também a chamada teologia do povo, dentre outras variantes da mesma fé revolucionária). Francisco Mele entende a teologia do povo “como superação da teologia da libertação, embora não renegando-a”.
E a partir dessa tônica, padres e bispos foram sendo “catequizados” pela “nova teologia” libertária, preparando assim uma ressignificação dos conteúdos da fé, para que padres e até bispos se tornassem apóstolos dóceis da nova utopia da “Pátria Grande”, ajudando a construir a nova realidade geopolítica e cultural no continente latino-americano. Poucos anos depois, em 1993, os bispos cubanos publicaram uma “Carta Pastoral”, “abertos ao diálogo, tratando o regime de Fidel Castro como se fosse democrático e legitimamente constituído”. Com a visita do Papa São João Paulo II a Cuba, o terreno estava aplainado e o processo de cooptação de padres e bispos se intensificou, por parte dos comunistas cubanos, sob o comando de Fidel Castro. O próprio Mario Jorge Bergoglio, que coordenou a edição do livro “Diálogo entre João Paulo II e Fidel Castro”, destaca na obra que “Fidel propôs aliança entre marxistas e cristãos”. “A nossa presença no meio deles – escreveu Leonardo Boff – não deve ser tanto como agentes que vêm da grande tradição”, reconhecendo que, naqueles anos 80-90, já haviam “cardeais, bispos, sacerdotes e leigos” dispostos à esta “liberdade para a utopia”, à “utopia revolucionária”, tão bem expressa no projeto de poder da “Pátria Grande”. O próprio Lula reconheceu, em reunião do Foro de São Paulo, dever muito aos cubanos o esforço por viabilizar a integração latino-americana da “Pátria Grande”, e fez o apelo para isso, para que as forças revolucionárias estejam cada vez mais envolvidas neste projeto de poder, projeto este convergente com interesses do internacionalismo de esquerda, favorecendo inclusive potências de fora da América Latina, como a China, por exemplo, que tanto tem se beneficiado ideológica e economicamente, com tal projeto de poder.
Mas o avanço da “Pátria Grande” não teria sido possível sem os setores da Igreja imbuídos de teologia da libertação e movidos pelos interesses políticos do internacionalismo de esquerda, setores esses que ocuparam postos de decisão dentro da Igreja e estão hoje inclusive dentro do Vaticano, agindo para intensificar a instrumentalização da Igreja para os fins políticos da “Pátria Grande”, fins estes que contrariam os princípios e valores da sã doutrina católica. A Igreja vive, portanto, nesse momento, uma tensão sem precedentes, tomada pelas forças revolucionárias — as forças modernistas que São Pio X tão bem definiu como “síntese de todas as heresias” –, e não se sabe como a verdadeira Igreja de Cristo conseguirá se libertar de tais forças, alinhadas também com uma agenda globalista inumana e anticristã. O fato é que tais forças estão minando, por dentro, a sagrada doutrina. Padres e bispos (e também leigos) dispostos a defender a sã doutrina católica padecem o martírio cotidiano das retaliações, perseguições, coações e pressões, para que ninguém fale nada, e todos aceitem a ressignificação da “nova teologia” a sustentar ideologicamente a panaceia da “Pátria Grande”.
“Pátria Grande”: ideólogos influentes
O problema é que a “Pátria Grande” tem ideólogos influentes [Manuel Ugarte, Alberto Methól Ferré, Gusmán Carriquiry, entre outros] também na Igreja; autores e mentores inclusive com poder de decisão nas altas esferas eclesiásticas, como Carriquiry, por exemplo. Gusmán Carriquiry [o mais influente leigo na cúria romana] está no Vaticano desde Paulo VI, e gosta de lembrar que “desde Puebla” tem trabalhado lá como ponte com o CELAM. Em 13 de março deste ano, Carriquiry palestrou na Universidade Católica Argentina, ocasião em que algumas lideranças de esquerda [entre elas, Leonardo Boff] apresentaram o movimento social chamado “O coletivo de Francisco”. A relação de Jorge Mario Bergoglio com Carriquiry é de muita proximidade e de apoio ao projeto da “Pátria Grande”, apoio este de longa data, como comprova este vídeo de 2005, quando o então arcebispo de Buenos Aires recebeu Carriquiry na Universidade Católica Argentina. Bergoglio inclusive prefaciou a obra de Carriquiry, intitulada “El Bicentenario de la Independencia de los Países Latinoamericanos”.
Marcello Gullo, ao escrever sobre “o pensamento geopolítico” de Bergoglio, diz claramente que “as raízes mais profundas” de seu pensamento está no socialista Manuel Ugarte. O próprio Gullo chama Bergoglio de “apóstolo da Pátria Grande”:
La sola lectura del pensamiento del Cardenal Bergoglio demuestra que solamente desde el prejuicio, la ignorancia o la mala fe, puede afirmarse que el Cardenal Bergoglio ha sido elegido Papa para obstaculizar el actual proceso de integración política suramericano y para destruir el proyecto de construir la Gran Patria Grande con que soñaron los libertadores Simón Bolívar y José de San Martín. El ahora Papa Francisco será, muy por el contrario, el “apóstol de la unidad”, de la Patria Grande.” 
E muitos outros autores confirmam o quanto avançada está a instrumentalização da Igreja no processo da integração latinoamericana sob o ideário da “Pátria Grande”, alinhado ao internacionalismo socialista. É o que diz Miguel Ángel Barrios, autor de “El Latinoamericanismo en el pensamiento político de Manuel Ugarte”, com ênfase:
“:…el Pueblo Católico Universal será potencializado por Nuestra América y la Patria Grande potencializará al Papa a favor de los débiles del mundo.” 
ainda:
“Pasamos ahora, al hecho histórico que trasciende al hombre, en un momento singular de la Historia de la Iglesia como pueblo Universal y de América Latina en su camino hacia la Patria Grande. El circulo cultural latinoamericano tiene su raíz en la Iglesia católica, por eso, los Movimientos Nacionales Populares no cayeron en el anticlericalismo oligárquico de la segunda mitad del siglo XIX de nuestras repúblicas insulares”. 
Não só Evo Morales, mas Dilma Roussef e quase todas as lideranças de esquerda latino-americanas, estão comprometidas com os propósitos do Foro de São Paulo, na defesa da “Pátria Grande” socialista.
“El Mercosur, el Alba, la Unasur y la Celac potencia a la Iglesia como pueblo de Dios y el Papa, únicamente se potencializará con nosotros. Es una interconexión mutua y reciproca. Los pueblos sin misión, mueren y los hombres, sin visión, también mueren. Aquí reside la necesidad de interpenetrarnos con el Papa desde nuestra identidad y nuestra historia.
Como anécdota personal, muy simple, de las infinitas que se han contado en estos días, contaré algo que me atañe, y tiene que ver, con este sentido de esperanza. Mi tesis doctoral en Ciencia Política presentada en la USAL bajo la dirección de Alberto Methol Ferré – al cual Bergoglio admiraba y presento su libro “La América Latina del Siglo XXI – fue “El Latinoamericanismo en el Pensamiento Político de Manuel Ugarte”, publicado en el 2007. Un día, me sorprendió una llamada breve del Cardenal Bergoglio, diciéndome “ha llegado la hora de la Patria Grande”, en relación al libro.”
Não só Bergoglio, mas também o Cardeal Maradiaga [o chefe do Conselho de Cardeais para a reforma da cúria romana – C8] também prefaciou o livro de Carriquiry, “Uma Aposta pela América Latina”. Cabe lembrar que Maradiaga presidiu por muitos anos a Cáritas internacional, tendo então sérios problemas com Bento XVI, e recentemente uma reportagem na Alemanha critica a ideologia marxista impregnada na Cáritas.
“O projeto geopolítico ao qual se volta a simpatia do Papa Francisco é o de Bolívar, mas também o de Artigas, de San Martín e de tantos outros patriotas latino-americanos: a unidade da América do Sul como contrapeso aos Estados Unidos, a superpotência que representa os interesses do Norte. Bergoglio disse e escreveu em várias ocasiões sobre a unidade latino-americana. Por exemplo, referindo-se ao livro do secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina, Guzmán Carriquiry, sobre a América Latina do século XXI, publicado em 2011 por ocasião do bicentenário das independências dos países latino-americanos. Sobre a atualidade da integração latino-americana, dentre outras coisas, a Conferência Episcopal Argentina também interveio em 2008, inspirada pelo próprio bispo de Buenos Aires. Outro interlocutor de Bergoglio nessa questão foi a filósofo e historiador uruguaio Alberto Methol Ferré.”
Nesse sentido, vemos, por toda a parte, em blogs, periódicos e mídias da esquerda, ampliar cada vez mais a ação de Bergoglio na defesa da “Pátria Grande”, confirmada em sua viagem à América Latina, em julho de 2015,especialmente no pronunciamento que fez na Bolívia aos Movimentos Populares. “Papa Francisco pide construir la Patria Grande de Bolívar y San Martín”, afirma a manchete do “CubaDebate en Panamericanos”, ainda em novembro de 2013.  E na entrevista com Fenando “Pino” Solanas, Bergoglio afirmou: “El sueño de la PATRIA GRANDE de San Martín, Bolívar, es algo que hay que recuperar”, como é possível ver neste vídeo, aos 07:54. 
Todos sabem que Bergoglio secretariou e influiu na redação final do Documento de Aparecida. Foi então incluído no item 525, o conceito de “Pátria Grande”:
“A dignidade de nos reconhecer como família de latino-americanos e caribenhos implica uma experiência singular de proximidade, fraternidade e solidariedade. Não somos mero continente, apenas um fato geográfico com mosaico ininteligível de conteúdos. Muito menos somos uma soma de povos e de etnias que se justapõem. Una e plural, a América Latina é a casa comum, a GRANDE PÁTRIA de irmãos… (525) E ainda: “NOSSA PÁTRIA É GRANDE, mas será realmente “GRANDE” quando o for para todos, com maior justiça…” (527).  
Trata-se de um novo idealismo político
A instrumentalização da Igreja para os fins utópicos da “Pátria Grande” é certamente um dos problemas mais sérios da atualidade, com desdobramentos imprevisíveis, sob todos os aspectos. Não se trata de um fenômeno irrelevante ou algum modismo que deve passar facilmente. Trata-se de um projeto de poder totalitário, que tem conseguido neutralizar a Igreja por dentro. O fato é que há uma tensão de forças antípodas. Por exemplo, a “Pátria Grande” bolivarianista visa destruir o que eles chamam de “eurocentrismo”. E nos faz lembrar de Joseph Ratzinger, que escolheu o nome de São Bento, padroeiro da Europa, quando assumiu o seu pontificado, em 2005. É evidente que há uma tensão, dois olhares da realidade, e a “Pátria Grande” parece não sinalizar para a verdadeira concepção católica. O fato é que a “nova teologia” que visa a utopia da “Pátria Grande” tende ao grave equívoco e desvio da verdade, não sendo nem mesmo teologia, mas ideologia anticatólica.
E o mais grave não são as consequências políticas, mas acima de tudo, espirituais, pois está evidente que as forças de esquerda que agem no seio da Igreja querem substituir a “teologia católica” de sempre pela “nova teologia”, que visa a subversão da sã doutrina. O apoio à “Pátria Grande” por altos prelados da Igreja causa grande apreensão. Os católicos sabem que só estarão seguros e salvos ancorados na sã doutrina de sempre, ensinada e testemunhada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que deu vigor à Igreja, em sua história bimilenar. E dará o vigor até o final dos tempos.
A exemplo do que ocorreu com o arianismo, no séc. IV, poucos são os que percebem a gravidade da situação no momento e muito menos ainda estão dispostos a denunciar o erro, por amor à verdade e à Igreja. Temem as retaliações e perseguições, inclusive dos próprios setores da Igreja comprometidos com os enganos desse novo utopismo. A ideologia e o projeto de poder da “Pátria Grande”, de interesse do internacionalismo de esquerda, ao ser defendido e irradiado pelo próprio Vaticano, traz muitas apreensões. Não parece tratar-se de uma aposta com realismo. E a doutrina social da Igreja é profundamente realista, por isso a Igreja é “perita em humanidade”. A utopia da “Pátria Grande” trata-se de um novo idealismo político, com os riscos já conhecidos de sombras totalitárias.
Carlos Peñalosa diz que Fidel Castro sempre foi mais que um líder político, mas um homem de ideias e de sonhos, e justamente tal “idealismo”, como a história já confirmou tantas vezes, conduz a soluções políticas perigosas por justamente faltar o senso da realidade. A Igreja, na sua força sobrenatural de “comunhão dos santos”, deve estar orante e vigilante, fiel à sã doutrina, com a convicção da promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo de que as portas do inferno não irão prevalecer.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Bons tempos para Dominicanos dissidentes.

Matéria de 16 de maio de 2015.
Ultra-liberal Timothy Radcliffe nomeado pelo Papa Francisco como Consultor do Pontifício Conselho de Justiça e Paz.
Por Rorate-Caeli | Tradução: Gercione Lima –FratresInUnum.com: O boletim do Vaticano de hoje informa que o Padre Timothy Radcliffe OP, acaba de ser nomeado pelo Papa Francisco como Consultor para o  Pontifício Conselho de Justiça e Paz. O antigo Superior Geral da Ordem Dominicana é um proeminente defensor da proposta-Kasper em favor da comunhão para a “divorciados recasados.” Ele também é um ardoroso defensor da ordenação de mulheres, senão para o sacerdócio, pelo menos para o diaconato. No entanto, ele se tornou mais famoso por suas frequentes declarações públicas a favor de uma maior aceitação da homossexualidade, e por ter se tornado um celebrante frequente das infames “Missas gays” em Soho, Londres. O blog Rorate já denunciou várias vezes seu apoio flagrante à homossexualidade. (ver isso isso – vá até o final de cada post). 
É verdade que Radcliffe se “opôs” ao conceito de  “casamento gay”, mas sua falsa “oposição” se fundamenta em bases totalmente contrárias às da Igreja: ele se opõe porque, segundo suas próprias palavras: ‹‹ o “casamento gay”, em última análise, acreditamos que humilha as pessoas gays, forçando-as a se encaixar no mundo padrão dos heterossexuais ›› . Seu apoio às “uniões civis do mesmo sexo” e o seu louvor pelo “amor  homossexual ” são matéria de conhecimento público, e isso provocou bons e devotos Católicos a fazerem de tudo para impedir que ele falasse na  Conferência da Divina Misericórdia na Irlanda (veja aqui e aqui) e em San Diego, Califórnia (ver sobre isto no Wanderer), bem como na Conferência da Juventude Flame 2 este ano em Londres (ler aqui). Todas estas tentativas falharam e a aceitação de Radcliffe acaba de receber um reforço importante com esta última nomeação. Uma tremenda bofetada no rosto de tantos bons católicos que se opunham a ele por fidelidade à fé …
Radcliffe não é o único liberal Dominicano e rebelde voando alto nesses últimos dias. A nomeação de hoje saiu apenas quatro dias após o Padre Gustavo Gutierrez OP ter estreado como o principal orador em uma conferência de imprensa do Vaticano. Outro dissidente Dominicano que está subindo rápido é o Bispo Jean Paul Vesco de Oran (Argélia), um jovem bispo (53 anos), que foi provincial da Província francesa da Ordem dos Pregadores entre  2010-2012 e um defensor de alto perfil da proposta de Kasper  do ano passado. Ele já foi designado como um dos delegados do Sínodo dos Bispos de 2015.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Ex-funcionária da Planned Parenthood revela o que a gigante do aborto faz com órgãos de bebês

Imagem referencial. Foto: Domínio Público.
WASHINGTON DC, 21 Jul. 15 / 01:00 pm (ACI).- Abby Johnson, ex-diretora de uma clínica da Planned Parenthood e hoje líder pró-vida, revelou como são processados, no interior de uma instalação abortista, os órgãos de bebês abortados que logo serão vendidos aos laboratórios.
O Center for Medical Progress (CMP, Centro para o Progresso Médico) difundiu recentemente o vídeo de uma reunião com a doutora Deborah Nucatola, diretora executiva de Serviços Médicos da Planned Parenthood Federation of America.
Uma câmera escondida filmou o momento em que dois atores que fingiram estar interessados em tecidos de bebês abortados falam com a doutora Deborah Nucatola, que lhes relata sobre sua experiência para extrai-los durante o procedimento.
Abby Johnson escreveu uma carta aberta à Dra. Nucatola no dia 14 de julho através da página Life Site News, por meio da qual recorda ter estado em uma postura muito parecida com a qual defende atualmente a funcionária da Planned Parenthood.
“Assisti o vídeo e vi o teu rosto. Te escutei falar sobre como extrair partes do corpo dos fetos. Te vi enquanto tomava teu vinho e falava como remover um feto intacto”, escreveu Abby. Entretanto, assegurou-lhe, que não a despreza “porque estava acostumada a reagir como ela”.
“Minha ex-clínica da Planned Parenthood estava acostumada a recolher partes de fetos. Eu estava acostumada a escavar entre seus corpos e os preparava para serem levados ao laboratório de investigação, o qual contratávamos”, recordou Abby.
Abby Johnson trabalhou para a Planned Parenthood durante quase uma década e inclusive se submeteu a dois abortos. Na sua opinião, o que a levou a abandonar a indústria do aborto foi quando viu pela primeira vez um bebê através do ultrassom.
Após abandonar a multinacional abortista, converteu-se ao catolicismo e hoje é uma das principais líderes pró-vida nos Estados Unidos.
Recentemente, recordou em sua carta à Dra. Nucatola, ao brincar com seus filhos descobriu outra das consequências do seu trabalho na Planned Parenthood: detesta o gelo seco.
“Estávamos acostumados a participar de pesquisas nas quais tínhamos que recolher partes de corpos de fetos e enviá-las aos laboratórios de investigação, tudo para investigação com células-tronco”, assinalou.
Abby explicou ainda que “mantínhamos seus pequenos corpos frios e preservados usando gelo seco”.
A líder pró-vida americana recordou que durante seu trabalho na Planned Parenthood “todo o sangue e as partes do corpo e tecidos extras eram recolhidos dentro de um frasco de vidro. Logo, este frasco chegava no meu laboratório POC (produtos de concepção)”.
“Eu levava o frasco ao nosso lavabo, despejava tudo dentro de um enorme coador, enxaguava o frasco e enxaguava o sangue do coador. Logo depois de que tivesse um corpo limpo, o despejava dentro de um prato de vidro no forno, que estava colocado sobre uma caixa de luz de raios X. Colocava um pouco de água no prato para que as partes do corpo boiassem… isso facilitava o meu trabalho no momento de manipulá-las”.
Abby explicou que, quando o assunto era recolher órgãos de corpos de bebês abortados, “um corpo intacto valia ouro”.
“Um corpo de feto intacto é considerado a perfeição na terra da investigação de tecido fetal”, indicou, embora “as partes desmembradas do corpo também estavam bem… e isso normalmente é o que lhes dávamos”.
“Eu revisava a história clínica da paciente para certificar-me que tivesse assinado o consentimento para que nós doássemos os restos do seu bebê. Quase todas as mulheres doavam, porque lhes convencíamos que através desta doação ajudariam a outros… altruísmo durante o aborto”.
Abby assinalou ainda: “Caso a mulher desse seu consentimento, obtinha as partes desejadas (usualmente todas) e as colocava dentro de um contêiner particular, que nos entregavam através da companhia de investigação”.
“No final do dia, empacotava ordenadamente todos os contêineres na caixa com gelo seco e os enviava”, indicou Abby, “esse foi o meu trabalho durante oito anos”.
“As imagens de corpos pequenininhos sempre estarão gravadas na minha memória”, disse e explicou que “essas difíceis lembranças me recordam pelo que estou lutando”.
A líder pró-vida reiterou sua identificação com a Dra. Deborah Nucatola e assegurou: “entendo o mundo no qual vive. Entendo a cegueira. Não acho que seja uma pessoa malvada. Eu não era uma pessoa malvada”.
Abby encorajou a Dra. Nucatola a abandonar a Planned Parenthood e a unir-se em defesa da vida, assegurando-lhe que em sua organização “queremos que encontre paz. Queremos que encontre a felicidade verdadeira. Sabemos que isso não será possível enquanto estiver envolvida a Planned Parenthood”.
“Com a força que luto para salvar bebês por nascer, luto igualmente com força para salvar a pessoas como você das garras da indústria do aborto”, concluiu Abby Johnson.

A velha esquerda católica e o IV Congresso Pastoral da Terra

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Dizem os fazendeiros, a existência de ipês na mata é indicativo seguro de solo fértil, próprio para ser cultivado. Algo semelhante ocorre quando detectamos certas ideias fixas da esquerda católica – reforma agrária, combate ao agronegócio, territórios indígenas independentes – nai mensa verborragia hoje existente em favor da preservação da Amazônia. Elas denunciam a existência de um plano baseado em esquema ideológico, interessado em amesquinhar nossa soberania sobre o território amazonense e manter os índios longe da civilização. Os agentes da Comissão Pastoral da Terra tomam o cuidado de alternar suas prédicas revolucionárias com conselhos evangélicos de “socorro aos necessitados”, “amparo aos que são perseguidos”, à semelhança de trepadeiras que envolvem de tal forma os troncos das plantas que se orna impossível distinguir um dos outros.
Ainda agora ocorreu o IV Congresso Pastoral da Terra, em Porto Velho. Quem eram os participantes? Camponeses, agentes pastorais, índios, e tutti quanti. Só faltou um representante oficial do Papa Francisco. E quais foram as temáticas tratadas? “Conquista dos direitos territoriais dos índios”, “as ameaças às populações camponesas decorrentes do agronegócio e do “capital financeiro especulativo” (leia-se capitalismo). Até a luta armada não escapou: segundo o cacique Babau, da tribo tupinambá, “Hoje temos que enfrentar. Unir e lutar ou morrer”.
Plinio Corrêa de Oliveira foi o primeiro à denunciar a nota socializante-marxista nos projetos de reforma agrária e isso na década de 60. De lá para cá o fracasso dos assentamentos dos “sem-terra” foi de tal ordem que a esquerda católica se desencantou com seu programa agrorreformista e passou a erguer a bandeira dos “territórios livres para os povos indígenas e para os quilombolas”. Esse programa visa, em última análise, criar territórios autônomos, praticamente independentes, supervisionados apenas por um governo central internacional, como o sugerido pelo Papa.
Esse intento merece de nossa parte um repúdio total e isso pelas seguintes razões:
* Constitui uma ameaça à nossa soberania. Já ha décadas figuras destacadas do Exército têm alertado para a ameaça à nossa soberania representada pelas ongs estrangeiras que advogam a tutela da região amazônica pela ONU. Milhares de “cientistas”, ecologistas, agentes pastorais da CPI, “missionários” americanos, alemães e ingleses, navegam pelos meandros da selva amazônica detectando reservas minerais e incentivando os índios a se manterem distantes das autoridades ou das empresas brasileiras interessadas em promover a economia da região.
* Fica evidente o intuito de manter os índios livres do contato “pernicioso” da civilização e sobretudo impedidos de converterem-se à nossa religião. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Marcos, 16,15), é um ordenamento de Cristo que não faz parte do cenário ideológico dos agentes pastorais. Manter os cultos pagãos, a feitiçaria, a ignorância cultural, a matança das crianças que nascem com defeitos, o estado precário da saúde que limita a previsão de vida até os 30 anos de idade, parecem ser as metas desses ferrenhos defensores de Rousseau e de Marx.

CNBB: templo do apostolado comunista-petista

22.07.2015 - 
n/d
João é o conhecido deputado mineiro que promove sua carreira política fingindo-se de "padre". É um embusteiro ordenado pela Teologia da Libertação, o simulacro de teologia criado para politizar maliciosamente a fé e instrumentalizá-la em favor do projeto de poder comunista [1]
Parlamentar pelo PT, João trabalha para um partido socialista-comunista, colocando-o sob a possibilidade da excomunhão automática [2], e que tem uma agenda completamente contrária aos princípios e orientações da Igreja Católica: ABORTO - ASSASSINATO DE CRIANÇAS INOCENTES; IDEOLOGIA DE GÊNERO - introdução da engenharia social e comportamental gayzista em todas as instâncias da vida pública, sobretudo na educação infantil; LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS; ampliação e fortalecimento - em associação com grupos terroristas e narco-guerrilheiros - da "Patria Grande" comunista latino-americana idealizada pelo Foro de São Paulo [3].

Que João ainda se apresente como "padre" - e sem qualquer advertência das autoridades eclesiásticas -, é um verdadeiro escândalo. Mas não é só isso. João deveria estar afastado das atividades da Igreja Católica e impedido de celebrar os sacramentos, pois está em pleno exercício de um mandato público.
Não é o que acontece, o deputado continua participando do ofício da Missa (Cf. apêndice) - inclusive dentro da sede da CNBB, em Brasília [4]. Um dos casos, porém, chama a atenção. No dia 25 de Junho, João participou de uma Celebração Eucarística dedicada aos parlamentares, e ao lado de ninguém menos do que o Secretário Geral da Conferência dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Ulrich Steiner (Cf. imagem - os destaques em vermelho são meus).
n/d
A CNBB acolhe - sob a cumplicidade de uma de suas principais autoridades - o "apóstolo" comuno-petista que parasita a Igreja Católica.

PS. O Deputado Federal Eros Biondini (PTB-MG) também participou da Missa dos parlamentares (Cf. imagem abaixo - o destaque em vermelho é meu). Será que ele, que se apresenta como "católico" - que é membro da Renovação Carismática Católica (RCC) - denunciou o "padre" fajuto?
n/d
 APÊNDICE.

I.

n/d
No dia 16 de Julho de 2015, mais uma Missa na sede da CNBB, em Brasília.

n/d
João "celebra" o 20o. aniversário de sua "ordenação" com um sacrilégio. Uracânia-MG, 05 de Julho de 2015.

n/d
No dia 28 de Junho de 2015, João "celebrou" a Fogueira de São Pedro, em Espera Feliz-MG.

n/d
"Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o rebanho". (Atos dos Apóstolos 20, 29)

O Avanço de Sodoma Moderna: SBT estreia no Brasil desenho que causou polêmica nos EUA por sugerir casal lésbico

22.07.2015 -
n/d
O SBT estreará nesta quarta-feira (22) o desenho “Avatar: A Lenda de Korra”, dentro do programa “Bom Dia & Cia”. A novidade foi anunciada nesta terça por Silvia Abravanel, filha de Silvio Santos e apresentadora do infantil há uma semana, quando a Justiça proibiu a emissora de usar crianças no programa. Nos Estados Unidos, a animação gerou polêmica no ano passado pela violência e pela sugestão de um relacionamento lésbico da protagonista, exibida no último episódio, em dezembro de 2014.
Procurado pela reportagem, o SBT afirma que comprou apenas a primeira e segunda temporada do desenho. O capítulo que gerou a polêmica sobre a sexualidade da protagonista faz parte da 4ª e última temporada.

No desenho, Korra é uma adolescente forte e corajosa escolhida como Avatar, que tem um espírito capaz de controlar os quatro elementos da natureza. Ela domina três (água, fogo e terra) e parte com seus três amigos (Mako, Bolin e Asami) em busca do último elemento, o ar.
A trama de Korra mistura fantasia e ficção científica e se passa cerca de 70 anos depois de “A Lenda de Aang”. Korra, uma das poucas heroínas dos desenhos de ação (em que a maioria dos guerreiros é do sexo masculino), tenta libertar a Cidade República, a metrópole da história, dos crimes do vilão Amon. Ela também luta contra espíritos na Tribo da Água do Sul, sua terra natal, e enfrenta uma sociedade secreta disposta a implantar o caos no mundo.
No decorrer da história (“A Lenda de Korra” tem quatro temporadas e 52 episódios), a protagonista vive um triângulo amoroso com os irmãos Mako e Bolin, mas ela assume o relacionamento com o primeiro. Na terceira temporada, Korra começa uma intensa amizade com Asami (que havia namorado Mako).

O final do desenho intrigou os fãs sobre um provável namoro lésbico: Korra e Asami se entreolham e vão juntas, de mãos dadas, para o mundo espiritual. Montagens com “Korrasami” (união dos dois nomes) foram espalhadas pela internet com as duas personagens se beijando.
n/d
Após a exibição do polêmico fim, o roteirista Michael Dante DiMartino, um dos criadores da animação, confirmou em seu blog o relacionamento homossexual entre Korra e Asami. “Nossa intenção com a última cena foi para mostrar o mais claro possível que, sim, Korra e Asami têm sentimentos românticos uma pela outra. O momento em que elas entraram no portal espiritual simboliza sua evolução de amigas para um casal”, esclareceu DiMartino.

“A Lenda de Korra” estreou nos Estados Unidos em 2012, porém mudou de horário por ser considerado “ousado e adulto” para ir ao ar nas manhãs. A revista norte-americana “Vanity Fair” chegou a chamar o desenho de “subversivo”. Depois, deixou a TV. As últimas duas temporadas, com a amizade entre Korra a Asami, foram exibidas apenas na internet.

O desenho é um spin-off de “Avatar: A Lenda de Aang” (2005), exibido pelo canal pago Nickelodeon e pela Globo. Além de ter virado filme em 2010, com direção do cineasta indiano M. Night Shyamalan, o mesmo de “O Sexto Sentido” (1999), “Korra” chegou a ser comprado pela Band, porém não foi ao ar.

A assessoria de imprensa da emissora confirmou que as duas primeiras temporadas do desenho serão exibidas dentro da classificação indicativa – mínimo de 10 anos para o “Bom Dia & Cia”.
Fonte: UOL noticias

terça-feira, 21 de julho de 2015

Em rara aparição pública, Bento XVI defende preservação da 'música litúrgica'

O discurso do Papa Emérito reafirma a importância da hermenêutica da continuidade para uma autêntica compreensão do Vaticano II
É um costume antigo dos Papas passar o período de férias em Castel Gandolfo, uma pequena província da cidade de Roma. Embora não seja mais o pontífice reinante, Bento XVI ainda possui o privilégio de descansar no local. Nas duas últimas semanas, o Papa Emérito esteve hospedado na residência de verão dos pontífices, de onde saiu de sua reclusão para uma rara aparição pública. O motivo: Bento XVI foi condecorado com dois doutorados honoris causa pela Pontifícia Universidade João Paulo II de Cracóvia e pela Academia de Música de Cracóvia, graças à sua contribuição para a música sacra.
Desde que renunciou ao ministério petrino, em 28 de fevereiro de 2013, Bento XVI não pronunciava mais aulas abertas. A ocasião, no entanto, deu-nos a chance de mais uma vez ouvir as orientações do Papa teólogo. Em seu discurso sobre a relação entre liturgia e música, o Papa Emérito lembrou a tensão pós-conciliar entre o grupo que desejava aplicar as determinações da ConstituiçãoSacrosanctum Concilium e o Movimento Litúrgico, o qual defendia uma simplificação da Missa. Bento XVI enfatizou que o Concílio pedia para que se guardasse e se desenvolvesse "com diligência o patrimônio da música sacra", não o contrário [1].
Outro ponto importante apontado pelo Papa Emérito, em sua aula, foi a natureza transcendental da música litúrgica:
Eu mesmo cresci em Salzburgo marcado pela grande tradição desta cidade. É certo que aquelas Missas dominicais acompanhadas pelo coral e pela orquestra foram uma parte integral de nossa experiência de fé na celebração da liturgia.Indelevelmente marcado em minha memória, por exemplo, é como, quando as primeiras notas da Missa de Coroação de Mozart tocaram, o Céu abriu-se virtualmente e a presença do Senhor foi experimentada muito profundamente.
Importantes historiadores atribuem à Igreja Católica um papel fundamental no desenvolvimento da música. Bento XVI ressaltou esse papel, afirmando a singularidade do ocidente cristão em relação aos demais ambientes culturais: "De Palestrina a Bach, de Handel até Mozart, Beethoven e Bruckner. A música ocidental é algo único; não existe nenhum equivalente em outras culturas". "E isto", refletiu o pontífice, "deveria fazer-nos pensar".
O Papa ainda insistiu na força que a música litúrgica tem para levar o homem a um verdadeiro encontro com o divino:
Para mim, esta música demonstra a verdade do cristianismo. Onde quer que uma resposta é desenvolvida, houve um encontro com a verdade, com o verdadeiro criador do mundo. Portanto, a grande música sagrada é uma realidade de lugar teológico e de permanente significado para a fé de toda a cristandade, mesmo que não seja necessário executá-la sempre e em todo lugar. Por outro lado, é também claro que ela não pode desaparecer da liturgia e que sua presença pode ser uma maneira totalmente especial de participação na sagrada celebração, no mistério da fé.
Com esse discurso, o Papa Bento retomou um tema muito caro ao seu pontificado: a interpretação do Concílio Vaticano II como um acontecimento na linha da grande Tradição da Igreja, não como uma ruptura com o passado. A isso Bento XVI chamou de hermenêutica da continuidade.
FonteChurchMilitant.com I Tradução e adaptação: Equipe CNP

Cardeal George Pell golpeia encíclica sobre meio ambiente do Papa Francisco.

Por The Wanderer | Tradução: FratresInUnum.com –  O responsável pelas finanças do Vaticano, Cardeal George Pell, deu um passo incomum ao criticar a revolucionária encíclica sobre o meio ambiente do Papa Francisco, argumentando que a Igreja Católica “não tem competência particular em ciência”.
Cardeal George Pell
Cardeal George Pell
Após ser trazido, há cerca de 18 meses, ao Vaticano pelo Papa Francisco e incumbido de reformar as questões financeiras da cidade-estado, o cardeal australiano deu uma entrevista ao Financial Times, golpeando o histórico documento de seu chefe.
“Ela tem muitos, muitos elementos interessantes. Há partes dela que são belas”, afirmou. “Mas a Igreja não tem competência particular em ciência… a Igreja não recebeu mandato do Senhor de se pronunciar em matérias científicas. Nós cremos na autonomia da ciência”, Pell declarou ao Financial Times na quinta-feira (16 de julho).
Na carta papal, lançada no mês passado, Francisco instou a uma ação global sobre as mudanças climáticas e criticou os líderes globais por não abordar o assunto de modo urgente, como seria necessário. Enquanto o Papa recebeu o louvor de ativistas ambientais, outros argumentaram que ele não deveria se inserir no debate político e científico.
Até agora, Pell permanecera calado sobre o conteúdo da encíclica, apesar de gozar da reputação de “negacionista” das mudanças climáticas na Austrália. Em 2011, ele bateu de frente com o então chefe do Departamento de Meteorologia da Austrália, Greg Ayers, que afirmou que Pell estava “enganado” em suas opiniões sobre mudanças climáticas.
Apesar das críticas do cardeal à abordagem sobre o meio ambiente do Papa, Pell observou que a encíclica foi “muito bem recebida” e declarou que Francisco “lançou nossas obrigações para com as gerações futuras de nossas obrigações com o meio ambiente de maneira muito bela”.
Desde a publicação do documento, o Vaticano promoveu um encontro de alto nível sobre o meio ambiente, enquanto Francisco levou sua mensagem em sua viagem pela América Latina.

Bispo: Vaticano é livre para trabalhar com qualquer um, a ONU não é o demônio.

Por Carol Glatz – Catholic News Service | Tradução: FratresInUnum.com – As Nações Unidas não são “o demônio”, portanto os representantes do papa são livres para colaborar com o  corpo internacional, bem como com pessoas de qualquer posição política, disse o Bispo Marcelo Sanchez Sorondo, chanceler da Academia Pontifícia de Ciências.
A Igreja vai continuar a colaborar com as Nações Unidas em qualquer projeto conjunto que “não vá contra a doutrina da Igreja”, disse em uma coletiva de imprensa em 15 de julho.
A academia do Vaticano está patrocinando um simpósio de um dia em 22 de julho com a iniciativa global da ONU, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, liderada pelo economista americano Jeffrey Sachs. A academia também está patrocinando uma oficina correlata com duração de um dia em 21 de julho, reunindo 60 prefeitos e representantes de grandes cidades de todo o mundo [ndr: dentre os quais, Fernando Haddad e Eduardo Paes…] para tomar passos concretos contra formas modernas de escravidão em suas comunidades. Muitos prefeitos também participarão o evento do dia seguinte no Vaticano com a esperança de somarem a sua voz e apoio às metas de desenvolvimento sustentável que serão apreciadas na ONU em setembro.
É o segundo encontro que a Academia Pontifícia organizou este ano com importantes líderes e consultores das Nações Unidas.
Enquanto alguns apresentaram objeções à cooperação do Vaticano com organizações e indivíduos que promovem controle populacional através de meios que claramente violam o magistério da Igreja, o Bispo Sanchez disse que a Igreja trabalha com todos, para que possa unir forças em torno de preocupações em comum.
“O convite é aberto a todos. Se você quiser convidar outras pessoas, será para nós uma satisfação”, o Bispo respondeu a um jornalista que perguntou por que os 12 prefeitos italianos participando da conferência eram, na sua maioria, de partidos ou coalizões políticas de centro-esquerda.
“Todos os seus amigos da direita, ou mesmo se não são seus amigos, em todo caso, todos seriam bem-vindos; não temos nada contra”, ele disse ao jornalista.
Em resposta a uma questão sobre se o Vaticano estava se deixando tornar uma plataforma para a ONU promover a sua própria agenda, o Bispo Sanchez disse que a idéia do encontro e a sua organização vieram da Academia Pontifícia, com o apoio adicional da rede de desenvolvimento da ONU.
A ONU não é o demônio. Aliás, bem pelo contrário,” declarou.
O Beato Papa Paulo VI, o primeiro papa a visitar as Nações Unidas, disse à Assembléia Geral em 1965 que a organização mundial representava o caminho obrigatório da civilização moderna e da paz mundial, o Bispo Sanchez afirmou. Papas sucessivos mostraram o mesmo tipo de apoio, inclusive com suas visitas à ONU, ele disse.
“Portanto, eu não vejo como poderia haver qualquer problema” em colaborar com a ONU, especialmente porque a Academia já trabalhou com muitas outras organizações e líderes mundiais, afirmou.
Ver o demônio nas Nações Unidas, o que alguns da direita tendem a fazer, não é a posição da Santa Sé”, disse.

domingo, 19 de julho de 2015

Proletários de todo o mundo, uni-vos! Com essas palavras termina o Manifesto comunista de Marx. E, Francisco, o que tem haver com isto?


18.07.2015 - Com essas palavras termina o “Manifesto comunista” de Marx e Engels. Só faltou esse explícito grito de guerra ao discurso que pronunciou o Papa na Bolívia.
n/d
No encerramento do segundo Encontro Mundial dos Movimentos Populares, convocado por ele mesmo, mas estava quase explícito quando disse:
O futuro da humanidade...está fundamentalmente nas mãos dos povos...Este sistema já não se agüenta, não o agüentam os trabalhadores, não o agüentam os povos e tampouco o agüenta a Terra, a irmã mãe Terra... terra, teto e trabalho para todos. Disse e repito, são um direito sagrado. Vale a pena lutar por eles. Que o clamor se escute na América latina e em todo o mundo... Vocês, os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos, podem fazê-lo e fazem muito. Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, em suas mãos, em sua capacidade de organizar-se e promover alternativas criativas na busca cotidiana dos três “t” (trabalho, teto e terra) e também em sua participação protagônica nos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais. Não se intimidem!... O destino universal dos bens não é um adorno discursivo na doutrina social da Igreja. É uma realidade anterior à propriedade privada.”
Elogiou a união dos governos da Ibero-América, elogio que não pode ser interpretado, no contexto de seu discurso, senão como um reconhecimento ao bloco neomarxista do qual participam, com distinta intensidade, Cuba, Venezuela, Nicarágua, Honduras, Equador, Bolívia, Argentina, El Salvador, Uruguai e Brasil: “Os governos da região uniram esforços para fazer respeitar sua soberania, a do conjunto regional, que tão belamente, como nossos pais de antanho, chamam a “Pátria Grande”... (contra) o novo colonialismo (que se esconde) “por trás do poder econômico do dinheiro”, que chamou de “esterco do diabo” e condenou o sistema econômico atual como algo “que degrada e mata”.
Insolitamente, este discurso não improvisou, senão que o leu das seis páginas que levava preparadas, de tal maneira que cada palavra foi premeditada e deliberada. Para culminar, foi precedido por outro longo discurso do tirano comunista boliviano Morales que atacou o “imperialismo castrador”, referindo-se claramente aos EUA. Nunca um Papa pode ser acompanhado e precedido em sua tribuna por um político e muito menos por um de ideologia marxista (todas estas citações estão em “La Nación” de 10/07/2015, págs. 1 e 2).
A exortação aos “explorados” a “organizar-se” indica a necessidade, segundo o Papa, de armar uma estrutura revolucionária que dirija a luta de classes rumo à comunhão de bens, ou seja, à abolição ou subordinação extrema da propriedade privada até torná-la praticamente inoperante. Ou seja, uma vez mais coincide com o Manifesto comunista que diz: “A teoria dos comunistas pode ser resumida nesta única proposição: abolição da propriedade privada.”
Essa luta organizada e até a morte para acabar com os exploradores e seu sistema econômico atual (não há outra maneira de que os explorados deixem de sê-lo) é a velha luta de classes proposta pelo Manifesto comunista em sua antepenúltima frase:
“Os comunistas desdenham ocultar sua visão e seus objetivos. Declaram abertamente que seu propósito só pode ser alcançado pela violenta derrubada de todos os condicionamentos sociais. Os proletários não têm nada a perder, a não ser suas correntes. Têm um mundo todo para ganhar.” E termina com a já citada frase clássica: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”
Não deixou de atacar também a gloriosa Conquista da América, como se tivesse sido uma agressão injusta aos “povos originários”, quando qualquer historiador sabe que aquela gloriosa gesta, mais que uma Conquista foi uma evangelização e um ensinamento de uma cultura mil vezes superior ao canibalismo das grandes tribos indígenas (os astecas, por exemplo), pagãos todos eles e, como tais, “sentados à sombra da morte”.
Todo o discurso está tingido de ódio, de um ódio intenso e excitante, capaz de contagiar seus ouvintes e o mundo inteiro; de um ódio a todos aqueles que têm algo obtido com seu trabalho, por modesto que seja, e que, por direito natural, como ensina a verdadeira Doutrina social da Igreja, têm direito a guardá-lo como próprio.
Todo o discurso está muito longe do amor misericordioso do divino Redentor que morreu na Cruz por pobres e ricos e nunca incitou à luta de classes mas a nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou.
É um discurso que não tem nada de católico.
Para simbolizar ainda mais a horrenda submissão de Nosso Senhor e de Sua Igreja ao comunismo, recebeu de Morales um Cristo cravado sobre o signo comunista da foice e do martelo. “La Nación” publica uma foto do momento em que o recebe e parece estar observando indiferente e friamente, mas na capa do “Clarín” se o vê tomando o objeto com as duas mãos e um sorriso...
n/d
...enquanto de seu pescoço pende um colar com a réplica do mesmo que o tirano da Bolívia acaba de lhe colocar, sem que se veja de sua parte intenção alguma de tirá-la. Como sempre, “La Nación” trata de insinuar falsamente um desgosto papal que não existiu, enquanto o “Clarín” põe em evidência sua complacência. Esse é o sistema da “imprensa séria”: jogar com as insinuações e as imagens.
Vi tudo isso na televisão e ao vivo e posso confirmar, como testemunha quase presencial, que em nenhum momento o Papa mostrou rejeição nem disse algo que denotasse incômodo com a situação.
Para mais dados, o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, “destacou que Francisco não teve uma particular reação negativa” ao crucifixo (“La Nación”, 10/07/2015, pág. 2, 6ª col.).
Deus meu! Até quando estaremos submersos nesta perversa confusão? O pior é que à pobre gente humilde que o ouve, aos “explorados” segundo os define, é difícil pensar que o Papa os está enganando e provocando ao ódio. Para eles, é o Papa e, sem querer nem dar-se conta, voltam para casa com a alma manchada por esse ódio que, de alguma maneira, nela deixou o Sumo Pontífice.
Peçamos à Santíssima Virgem, Mãe de Misericórdia, que se apiede de nós e nos dê luzes para resistir às incitações ao mal que nos vêm da própria Cátedra de Pedro, que nos faça amar cada dia mais a Nosso Senhor, Fundador da Santa Igreja, e à instituição do papado, por mais que hoje uma escura nuvem a cubra até torná-la quase irreconhecível.”
Por Cosme Beccar Varela, “Proletarios del mundo, uníos!”
Fonte: Spem in Alium   e   www.rainhamaria.com.br